CULTURA

Pascoalino: ‘A salvação da pátria'

Pascoalino: ‘A salvação da pátria'

Publicado em: 03 de fevereiro de 2020 às 08:34
Atualizado em: 27 de março de 2021 às 15:14

A salvação da pátria

Pascoalino S. Azords

Da equipe de colaboradores

Pequenas igrejas, grandes negócios”. Foi o melhor trocadilho que ouvi durante a quaresma deste ano. No mesmo dia fiquei sabendo que o México do Chaves e do Chapolim já é a 9ª economia mundial, enquanto o Brasil do Renato Aragão caiu da 10ª para a 11ª posição. Uma notícia e um trocadilho desses em plena Semana Santa, aqueles dias em que numa infância distante não devíamos falar palavrão e nem rir!

Roubando uma e outra azeitona da bacalhoada, pensei que o tamanho de um problema às vezes determina a grandeza ou a mediocridade de uma nação. Veja o caso dos americanos, essa gente feia invejada por todo o mundo. Problema de americano não é pouca porcaria não. É de bomba atômica pra cima, e de prédios de 110 andares que caem aos pares. Do lado de baixo do Equador, problema de uns e outros uma hora é saúva, outra hora é mosquito... E quando a saúva e o mosquito pegam umas merecidas férias, o grande problema nacional passa a ser quem será excluído do Big Brother.

Nessa quarta-feira santa, uma camisa usada por Pelé durante 45 minutos na final da Copa do México em 1970 foi arrematada por meio milhão de reais num leilão realizado em Londres. Considerando que Pelé jogou os 90 minutos naquela tarde em que batemos os italianos por 4 a 1, uma coisa é certa: deve existir por ai uma outra camisa 10 de meio milhão de reais.

Meio milhão por uma camisa usada é muito ou pouco? Depende de onde é feita a pergunta. Em Brasília, por exemplo, meio milhão (de dólares ou de reais) não é tanto dinheiro assim. Quem ainda não perdeu a inocência pode achar que é sim – dá quase para reformar o jardim da casa da Dinda. Mas eu pergunto: o que isso representa diante dos 150 milhões consumidos por ano pela gráfica do Senado? Se você já não aguenta mais comer pastel beneficente, aqui vai uma informação: o governo federal gasta mais com a gráfica do Senado do que com os programas de assistência às crianças e jovens deficientes em todo o território nacional!

A Brasília dos americanos é Las Vegas, onde Robert Redford pagou 1 milhão de dólares para que Demi Moore o acompanhasse até a suíte do seu iate uma vezinha só. (E ainda chamaram essa história de Proposta Indecente!) Mas esse milhão invejável também não passa de uma pechincha se considerarmos que hoje nos Estados Unidos não se sabe o paradeiro de uma infinidade de moedas de 1 cent que já somam U$ 8 bilhões de dólares, uma dinheirama que daria para Redford pagar os michês diários da Demi Moore até ela virar uma Dercy Gonçalves.

Com tanto dinheiro sobrando lá fora, como não acreditar que exportar é o que importa? Os americanos, que segundo o US Today pagariam até U$ 640 mil por um lugar no céu, pagam U$ 12 mil por um gato da raça brazilian shorthair, o brasileirinho de pelo curto, o vira-lata que as boas almas burguesas levam de carro para soltar na periferia, onde ainda se diz que onde comem cinco, comem seis.

No Mercado de Ver-o-Peso, em Belém do Pará, turistas compram patinhas de bicho preguiça, olho de boto cor de roa, cabeça de jiboia e uirapuru empalhado... para dar sorte! Vivos esses animais valem muito mais. Uma aranha caranguejeira dessas que você corre esmagar quando encontra em casa, chega a valer U$ 5 mil no Japão. Cinco mil dólares em alguns casos é mais negócio do que a própria casa aonde a aranha foi se perder.

E ainda temos jaguatiricas, micos leões dourados, aves e peixes ornamentais. Talvez essa seja uma saída para o Brasil equilibrar a sua balança comercial: exportar camisas de jogadores de futebol, animais exóticos e insetos peçonhentos. 

* Publicada originariamente em 07/04/2002
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