CULTURA

Nayara Moreno: 'A dureza do luto para o idoso'

Nayara Moreno: 'A dureza do luto para o idoso'

Publicado em: 22 de junho de 2020 às 20:31
Atualizado em: 29 de março de 2021 às 19:22

A dureza do luto para o idoso

Nayara Moreno

Da equipe de colaboradores

A relação do idoso com o luto é estranhamente íntima e preocupante, ao mesmo tempo natural e perigosa. Ao ultrapassar a barreira dos 60 anos, as pessoas começam a frequentar cada vez mais velórios de amigos de infância, irmãos, primos, pais, marido ou mulher, ainda mais em tempo de pandemia do Coronavírus.

A morte, por uma questão cronológica e natural, se torna uma “companheira” recorrente com o passar dos anos. É a ordem natural da vida. Mas, mesmo sendo natural, sabida e inevitável, é uma relação difícil em dois aspectos: a perda e a ausência de pessoas queridas e o medo e a sensação de que “está chegando a hora”.

É importante o apoio e a presença da família neste momento, menos para tentar preencher a lacuna deixada por quem se foi e mais para mostrar que existe um grupo de pessoas em volta dele capaz de mostrar que a vida continua.

O comportamento do idoso, semanas e meses após perder uma pessoa próxima, precisa ser acompanhado com muita atenção. Mudança de hábito, desânimo, aumento de horas de sono são sintomas preocupantes e que devem ser investigados para evitar ou tratar uma depressão, por exemplo.

Outro ponto fundamental é abrir e criar oportunidades para o idoso conversar sobre aquela pessoa que se foi, mesmo que seja para desabafar ou chorar. Idosos, na maioria das vezes, são introspectivos e dificilmente falam sobre seus sentimentos. Por isso, a aproximação deve ser feita pela família.

Além da saudade, o medo de ser o próximo da lista também perturba, principalmente aqueles idosos que já sentem o efeito de algumas doenças crônicas e/ou passam por tratamento. É perceptível essa situação quando o tema morte fica recorrente nestas conversas. Quando isso acontecer, em vez do tradicional “Imagina, o senhor ainda vai viver muito tempo”, saia do discurso e mostre a esse idoso que vale a pena viver muito mais tempo. Estimule a fazer atividades físicas, sair, fazer coisas prazerosas. A morte se combate com a vida. Assuntos fúnebres não ajudam em nada.

Não se trata de ignorar algo lógico: quanto mais velho, mais a pessoa se aproxima da morte. O que se trata é impedir que o luto traga consequências ruins e precoces. O luto no idoso tende a ser mais pesado do que nos adultos, pois o vazio é maior, a turma dele está diminuindo e a solidão bate à porta.

Por isso, é comum um idoso viver pouco quando perde a mulher ou o marido. A própria família já fala: “Quando a mãe morrer, o pai não dura muito”. Ora bolas, se todos têm consciência da dificuldade de superar o luto, é hora de agir, dar carinho e até oferecer cuidados especiais, se necessário. 



  • Publicado na edição impressa de 14 de junho de 2020


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