CULTURA

Moradores querem praça de volta na Nabig Queiroz

Moradores querem praça de volta na Nabig Queiroz

Publicado em: 30 de julho de 2020 às 15:48
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 07:50

Eles alegam que espaço foi entregue a uma empresa; prefeitura vai pedir mudanças

Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

A praça nem tem nome, mas os moradores do bairro alegam que já não podem permanecer no espaço de lazer e que crianças chegaram a ser retiradas pela polícia sob o argumento de que trata-se de terreno particular. O local fica na rua Albertina Martins, ao lado da nova fábrica da indústria de sorvetes Beguetto, ainda em construção.

A confusão começou em março de 2018, quando o prefeito assinou uma lei, aprovada pela Câmara, criando o projeto de “adoção de praças”, autorizando a concessão da administração de praças e jardins a empresas privadas. A lei, porém, diz que todas as alterações devem ser submetidas à secretaria do Meio Ambiente e a natureza pública deve permanecer inalterada.

No ano seguinte, o prefeito autorizou a “adoção” da praça à empresa Beguetto. Entretanto, todas as árvores foram cortadas e a praça não possui mais sombra. Além disso, o local ganhou vegetação com espinhos.

O motorista José Faustino diz que moradores perderam a praça



“Antigamente o terreno era sujo, um verdadeiro depósito de lixo. Foi aí que os próprios moradores limparam o local e plantaram árvores, que foram doadas pela família Zaia”, conta o motorista Marcel José Faustino, 53, que mora nas imediações da praça.

O local se transformou e virou um pomar com variedade de frutas. Moradores instalaram uma grande mesa de madeira e a praça passou a ser um ponto de encontro das famílias.

Isto durou até 2018, quando a empresa assumiu a “adoção” mediante autorização do prefeito. “Parece que o Beguetto comprou, pois cortou todas as árvores e fez uma nova praça. Ele costuma dizer que agora é dele”, reclama Marcel. No entorno do espaço, aliás, há grades de ferro.

A dona de casa Lucilene Rodrigues, que mora há 18 anos no bairro, contou que a polícia já foi acionada pelos donos da empresa para retirar crianças que pularam a grade. “Os policiais alegaram que foram chamados para atender a uma invasão de propriedade particular. É um absurdo as crianças não terem mais acesso àquele espaço público. Na verdade, o dono da empresa fez a praça para ele”, afirmou Lucilene.

Praça foi cercada com grades de ferro e polícia já retirou crianças



O aposentado Eliseu Donizeti Martins, 58, disse que nem gosta de olhar para a praça, que fica a poucos metros de sua residência. É que ele, juntamente com o amigo “Maguila”, foi responsável pelo plantio de inúmeras árvores frutíferas. “Eu mesmo fiz as mudas de abacate. Depois, precisamos fazer os buracos com picareta, pois a terra era dura”, lembra.

Ele conta que a água para regar as plantas era levada pela filha. “Cortaram o pé de abacate com frutos. Uma tristeza”, lamenta o morador. Segundo Eliseu, o amigo “Maguila” entrou em depressão após o fim da praça e passou a beber.

Maria Aparecida Batista é outra moradora indignada com o fim da praça pública do bairro. “A gente ficava conversando naquele local, era muito gostoso. Quando cederam o espaço, explicaram para nós que iriam melhorar tudo, plantando novas árvores. Disseram até que nós poderíamos escolher as árvores. Mas não foi o que aconteceu e hoje o dono da empresa diz que a praça é dele”, disse “Cidinha”.

A prefeitura informou que, de fato, a empresa Beguetto possui alvará para revitalização do espaço, conforme uma lei de Otacílio Parras, mas garante que a praça é pública. Em nota, explicou que as árvores foram cortadas porque eram “espécies inadequadas”. Entretanto, anunciou que vai solicitar ao empresário que substitua a vegetação espinhenta.

A indústria de sorvetes Beguetto foi procurada, mas não retornou à ligação. 



  • Publicado na edição impressa de 26 de julho de 2020


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