CULTURA

Músico, ator e escritor, Valdir Pedro lança primeiro livro de poesias

Músico, ator e escritor, Valdir Pedro lança primeiro livro de poesias

Publicado em: 26 de dezembro de 2020 às 20:04
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 03:48

Através de textos em poesia e prosa, escritor santa-cruzense transporta para o papel o comportamento humano

Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

"Não existe nada mais complexo do que o comportamento do ser humano”. A frase está na contracapa do primeiro livro lançado pelo escritor Valdir Pedro, “Reflexões, Convicções e Sentimentos”. A obra, editada pela “Editora Autografia”, do Rio de Janeiro, não terá “noite de autógrafos” devido à pandemia, mas está à venda em site e em alguns pontos comerciais de Santa Cruz do Rio Pardo.

Aos 54 anos, Valdir Pedro — que atualmente é funcionário da indústria Santa Massa — diz que o livro é a realização de um sonho. “Eu escrevo desde criança e sempre imaginava publicar um livro algum dia”, disse.

Os custos da impressão foram bancados pela família. “Inclusive pela minha sogra. Agora preciso vender as unidades para quitar a dívida com ela”, diz, rindo.

O escritor reuniu textos antigos, em sua maioria, e alguns novos. Muitos foram publicados no DEBATE há anos, mas Valdir perdeu as edições e não se lembra das datas.

Ele reuniu várias de suas experiências na vida e resumiu em poemas. Muitas vezes, o leitor não percebe que se trata de algo tão pessoal. Valdir se aventurou nos contos e poemas. “Eu estudava na escola Genésio Boamorte quando comecei a escrever. Claro que os primeiros textos eram infantis, mas aos poucos fui me aprimorando”, contou. Na época dos bancos escolares, ele costumava mostrar os textos aos professores, como Adalberto Domingues e outros.

“Foi quando percebi a magia da criação. É muito gostoso reler um texto e ver que saiu da alma”, afirma. “É um desabafo através das tintas, além de ser uma terapia”, filosofa.

Valdir Pedro, ao lado da mulher Karla, na residência do casal



Filho de família tradicional em Santa Cruz do Rio Pardo, Valdir Pedro — o sexto de dez filhos — sempre esteve ligado às artes e à cultura. Embora seja formado em Administração de Empresas, é músico e já foi ator de teatro em Santa Cruz, São Paulo e cidades da região.

“Quem me iniciou foi o saudoso professor Celso Fleury. Antes do teatro, eu era aquele moleque que ficava fazendo barulho durante uma peça sem imaginar o quanto aquilo prejudicava os atores. Mas depois, no palco, percebi o quanto eu era imaturo. O teatro me transformou”, diz Valdir.

Na década de 1980, por exemplo, atuou em várias edições do “Show Nóis”, dirigidas pelo professor Celso Fleury, e em “Chuva e Guarda-Chuva”, uma releitura da peça “Nossa Cidade”, de Thorton Wilder, com direção de Plínio Rigon.

Mas Valdir Pedro também é músico. Ele participou de vários festivais de MPB em Santa Cruz do Rio Pardo nos anos 1980 e é compositor. Uma de suas músicas é “São Benedito, o Negro Santo de Deus”.

No início do governo de Adilson Mira (2001-2008), ele foi diretor de Cultura durante alguns meses.

Atualmente, junto com a mulher Karla Aparecida Pinheiro Pedro — que o incentivou a publicar o livro —, Valdir é coordenador da Pastoral da Sobriedade da Igreja Matriz de São Benedito, apoiando excluídos e dependentes a se recuperarem.

Com toda esta trajetória, Valdir encontrou uma infinidade de temas para seus textos. “Além de poesias, o livro também traz algumas reflexões sobre comportamento humano, preconceitos e principalmente o perdão”, disse.

Aliás, Valdir garante que venceu o desafio de perdoar. “Se a gente dominar as nossas dores, certamente seremos mais felizes. A mágoa faz muito mal e sinceramente eu consegui perdoar. Foi difícil, mas venci”, afirmou.

Além do poder da leitura, que só começou a ser mais consistente na época do teatro, Valdir Pedro finalmente se viu como escritor. Antes, ele conta que as primeiras influências vieram da mãe: “Quando criança, ela reunia as crianças para contar histórias. Nós morávamos numa fazenda e eu viajava naqueles contos de saci ou do lobisomem. E acreditava em todos, pois nunca duvidei das histórias contadas por ela”.

O escritor reconhece que está lançando uma obra numa época de leitura em queda, mas prevê mudanças neste panorama, numa nova vitória da cultura na história da humanidade.

“É muito bom escrever, especialmente quando o livro começa a ganhar formas. Mas, depois de pronto, sei que estarei exposto, sujeito a qualquer tipo de crítica ou elogio. Creio que isto faz parte e todo escritor deve aceitar”, afirmou.



  • Publicado na edição impressa de 20 de dezembro de 2020


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