O prefeito Clóvis Guimarães Teixeira Coelho e o usineiro Fernando Quagliato inauguram pavilhão do tatersal na Expopardo
Publicado em: 16 de janeiro de 2023 às 18:40
Sérgio Fleury Moraes
Conta a história oficial que a Fapi — Feira Agropecuária e Industrial de Ourinhos — surgiu em 1967 graças à iniciativa de um grupo de empresários e fazendeiros, alguns da enorme colônia japonesa que até hoje é influente na cidade. Correto? Não exatamente.
O fato é que uma das maiores feiras do País, que também oferece shows e rodeio, foi planejada em Santa Cruz do Rio Pardo, por iniciativa da família Quagliato — que possui suas raízes na cidade — e de alguns fazendeiros, como Aquino Rosso.
Isto aconteceu em meados dos anos 1960 e tudo caminhava para a promoção pioneira de das maiores feiras agropecuárias do Estado.
Um dos líderes era o usineiro Fernando Quagliato, que gostava de contar esta história. O problema é que houve uma desunião dos idealizadores, não se sabe se pelo local ou por causa das atrações.
Fernando, então, decidiu levar a ideia para Ourinhos, onde encontrou grande receptividade. A Fapi surgiu em 1967, inicialmente na área do ginásio de esportes “Monstrinho”.
Assim, um dos pioneiros da realização de “Festa do Peão” que se manteve em Santa Cruz do Rio Pardo é o mesmo empresário que, a partir desta quarta-feira, 18, comanda a 27ª edição do evento. Na verdade, Edson Marrero possui mais do que 27 anos promovendo rodeios e festas, mas no início de forma muito acanhada e com incontáveis prejuízos.
Ele já era promotor destes eventos quando surgiu no início dos anos 1990 a Expopardo, uma iniciativa do então prefeito Clóvis Guimarães Teixeira Coelho com a ajuda de empresários e fazendeiros. Entre eles estava justamente Fernando Luiz Quagliato, que, inclusive, doou a construção do “tatersal”, local que ainda existe e que foi palco de inúmeros leilões de gado.
Aquino Rosso doou a área do recinto — que foi batizado de “José Rosso” em homenagem ao pai do fazendeiro — e logo o grupo escolheu Aloysio Pinheiro Guimarães como o principal coordenador da nova feira agropecuária de Santa Cruz do Rio Pardo.
Aloysio foi um dos principais idealistas da Expopardo que, infelizmente, durou poucos anos. Hoje, alguns políticos daquela época contam que a Expopardo nasceu “grande demais” e, quando o dinheiro público deixou de ser investido, simplesmente foi extinta no governo de Manoel Carlos Manezinho Pereira.
Mas ficaram as lembranças de shows inesquecíveis de Zezé de Camargo & Luciano, Chitãozinho e Xororó, Roberta Miranda e outros.
Numa de suas últimas edições chegou a trazer a Santa Cruz o grupo “Mamonas Assassinas”, que já era o maior sucesso do Brasil. Conquista de Aloysio Guimarães, que um ano antes resolver fechar um contrato para o grupo se apresentar na Expopardo. O cachê era baixo, pois os “Mamonas” ainda eram praticamente desconhecidos do público.
Quando chegou 1995, a banda estava no auge e decidiu honrar o compromisso assumido com Aloysio. Um ano depois, “Dinho” e seus companheiros estariam mortos depois da queda de um avião na Serra da Cantareira.
Sem a Expopardo, foi a vez de Edson Marrero impulsionar suas festas. Com um intenso trabalho para adquirir credibilidade, hoje ele é o empresário responsável pela maior atração de aniversário da cidade todos os anos. E contrata shows com os mais famosos artistas do Brasil.
É considerado aquele que se manteve pela persistência, responsável por um enorme incremento turístico do município. “Eu não me esqueço do Umberto Magnani que certa vez estava na minha antiga rádio [Morena FM] e questionou o motivo pelo qual as coisas em Santa Cruz não davam certo. Ele lembrou naquele momento que tudo tinha sua inauguração, duas ou três edições e logo estava abandonado. Era uma verdade, mas quebramos esta regra com a Festa do Peão”, afirmou Marrero.
Afinal, Santa Cruz do Rio Pardo é o município com maior extensão territorial da região, com o maior número de propriedades rurais e — por que não? — com a maior legião de fãs deste tipo de evento.
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