Gabriela, Adelita e Andressa, três das protagonistas do projeto que empolgou alunos da escola “Zilda”
Publicado em: 30 de setembro de 2023 às 01:39
Sérgio Fleury Moraes
Um projeto da escola estadual “Zilda Comegno Monti”, de Santa Cruz do Rio Pardo, já recolheu mais de uma tonelada de lacres de latinhas, tampinhas, cápsulas de café e “blisters” (cartelas vazias de remédios). A iniciativa é das professoras Adelita Renata Martins Rosa de Andrade, Andressa Ferrari Mendonça, Gabriela Maria Nóbrega Campos e Josiane de Fátima Moura Vicentin. Elas têm o total apoio da diretora Rose de Giácomo Cláudio.
Professora de História, Adelita disse que a ideia surgiu na época da pandemia, quando uma amiga influenciadora mostrou um projeto semelhante implantado em Curitiba/PR. “Eu conversei com a diretora Rose e ela me apoiou. Depois, outras colegas também abraçaram a causa e surgiu o ZCom.pet”, contou.
O envolvimento dos alunos foi rápido, inclusive com competições com prêmios para incentivar a arrecadação. “Confesso que nos primeiros meses a gente teve dúvidas, uma vez que o processo de sustentabilidade é muito demorado e não acontece de um dia para outro. Entretanto, se a gente pensava em arrecadar uma tonelada, o resultado surpreendeu”, contou Adelita.
O “ZCom.pet”, afinal, já tem mais de uma tonelada guardada que será destinadas a empresas ou entidades para troca com alimentos para a causa animal e até cadeira de rodas, no caso dos lacres. “A gente põe até dinheiro do bolso, pois vale a pena”, disse a professora.
O projeto extrapolou os muros da escola “Zilda”, já que o comércio ajudou com pontos de arrecadação. O resultado é tão surpreendente que o “ZCom” já tem milhares e milhares de produtos, que nem cabem nas instalações da escola. “Eu concordei em deixar em casa, pois tenho espaço”, diz a professora.
Na verdade, o “ZCom.pet” é dividido em cinco subprojetos. O primeiro é a arrecadação de derivados de polipropileno (tampinhas), que, ao atingir uma tonelada, serão vendidos com renda para a causa animal de Santa Cruz do Rio Pardo.
O “Lacre do Bem” arrecada lacres de latinhas que serão revertidos à Rede do Câncer, que vai trocá-los por cadeiras de rodas.
Já o “Projeto Blisters” coleta cartelas de remédios vazias e serão vendidos a cada meia tonelada. A renda, neste caso, vai para a Adefis — Associação dos Deficientes Físicos de Santa Cruz do Rio Pardo.
Há, ainda, o “Zcapet”, que arrecada cápsulas de café vazias para somar pontos numa empresa especializada que troca por dinheiro. Neste caso, o destino será o “Educandário O Lar da Criança” de Santa Cruz.
Por fim, ainda existe o projeto “Escrita Solidária”, que visa reduzir o desperdício de instrumentos usados pelos estudantes, como lápis, canetas, apontador, borracha, marca texto e outros. A quantidade arrecadada será enviada à empresa “Terra Cycler” e o resultado financeiro será destinado também ao educandário “O Lar da Criança”.
Além de beneficiar entidades assistenciais de Santa Cruz, o “ZCom.pet” tem o objetivo de aumentar a consciência ambiental de alunos e da população em geral. “Todos aprendem que estes materiais, principalmente tampinhas e plásticos, não podem ser simplesmente jogados no Meio Ambiente”, explicou Adelita.
Interlocutora de Libras, Gabriela Maria Nóbrega Campos está entusiasmada em participar do projeto. “Eu comecei a pensar no Meio Ambiente e quero deixar algo para meus filhos e netos. Precisamos sempre pensar num ambiente melhor”, disse.
O curioso é que Gabriela passou a coletar tudo o que vê pela frente. “Isto acontece em festas e eventos e até meus amigos acabam ajudando. É muito bom e envolve todos”, explicou.
A professora Andressa Ferrari Mendonça brinca que tudo começou “numa maluquice” que deu certo. “Esta atitude deve ser de todos. Afinal, estamos vendo que o clima não é o mesmo e estamos passando por um inverno extremamente quente. Estamos fazendo a nossa parte e esperamos que as pessoas se conscientizem, além de ajudar instituições”, disse Andressa.
* Colaborou Toko Degaspari
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