CULTURA

Artigo: "Falta de sorte: o problema do Brasil"

Artigo:

Publicado em: 15 de maio de 2020 às 16:59
Atualizado em: 29 de março de 2021 às 16:29

Falta de sorte: o problema do Brasil

Euclides Rossignoli

Como sociólogo, com diploma registrado e tudo, depois de um estudo rigoroso do caso, servindo-me até de dados e gráficos estatísticos, além de fotografias, cheguei à conclusão de que o problema do nosso país é a falta de sorte para escolher presidentes. Isso mesmo: falta de sorte para escolher presidentes. Na última eleição antes da ditadura, escolheu Jânio Quadros. Jânio era um demagogo amalucado e beberrão, professor de português de sotaque esquisito, que, entre outros feitos, proibiu o biquini, as corridas de cavalo e o lança-perfume no carnaval. Aos sete meses de mandato renunciou ao cargo dizendo que o Congresso não o deixava governar direito, e que forças ocultas o perseguiam.

Por azar de novo, na primeira eleição depois da ditadura, o Brasil escolheu o alagoano Fernando Collor de Mello, um sujeito empinado e posudo feito um imperador, que surgiu como um meteoro na política dizendo-se caçador de marajás. Como na campanha eleitoral prometera acabar com nossa inflação dando “um só tiro”, a primeira coisa que fez foi congelar os recursos que as pessoas tinham depositados em suas cadernetas de poupança. Foi um Deus nos acuda, e o tiro não acabou com a inflação. Uma coisa boa que ele fez foi mandar tapar uns buracos profundos que foram feitos lá na Amazônia pelos adeptos de uma futura bomba atômica nacional. Os tais buracos serviriam para testes dessas armas. Acabou a folia da bomba atômica.

Passado algum tempo, o tal caçador de marajás foi submetido a um processo de impeachment no Congresso Nacional e destituído do cargo. A acusação: aproveitar o cargo de presidente da República para se beneficiar pessoalmente, quero dizer, aumentar sua riqueza.

Mais adiante a falta de sorte bateu firme de novo no nosso Brasil verde-amarelo. Numa outra eleição, a conselho do ex-presidente Lula da Silva, foi escolhida presidente uma certa Dilma Rousseff, uma ex-guerrilheira, representante da ala mais xucra do PT e aplaudida pela mais legítima mediocridade do esquerdismo brasileiro. As críticas da oposição a ela diziam que a única experiência anterior de dona Dilma como administradora fora a de proprietária de uma dessas lojas de produtos populares chamadas de um e noventa e nove. E o destino da loja foi o buraco, a falência. Dona Dilma, descendente de búlgaros, era formada em economia, mas de economia parece que nada entendia. Ficou famosa pelas chamadas “pedaladas” que deu para contrariar regras do orçamento da República. Por causa disso foi expulsa do cargo por um impeachment patrocinado pela oposição no parlamento.

Na escolha do sucessor de Dilma Rousseff, novamente prevaleceu a falta de sorte. O país escolheu um obscuro capitão reformado do Exército, um sujeito adoidado, ignorante e grande amigo do ridículo de nome Jair Bolsonaro. É um representante da direita nacional, defensor da ditadura militar que prevaleceu no Brasil entre 1964 e 1984. Entre as façanhas de Bolsonaro no governo estão: dar bananas para a imprensa, qualificar a pandemia da covid-19 como gripezinha e classificar Hitler como de esquerda. Escolhido no ano de 2018, é o presidente que nunca mostrou ter medo do ridículo. Um defeito gravíssimo para um presidente: é pouco afeito ao labor. Muitos dos seus opositores dizem que ele é amigo da asnice e inimigo do trabalho. Não são poucos os que acham que ele não chegará ao término do mandato. É a nossa falta de sorte mais uma vez.

Eu tenho muita pena do nosso povo. É um povo sem sorte.



  • Publicado na edição impressa de 10/05/2020


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