TELA — Renata usa telas de todos os tamanhos, mas a maioria de seu trabalho possui formato grande
Publicado em: 15 de abril de 2022 às 23:42
Sérgio Fleury Moraes
Ela morou na França, participou de grandes exposições do planeta, consta em vários catálogos de arte e decorou uma bolsa da grife italiana Salvatore Ferragamo. Embora Renata Quagliato Egreja Carmagnani Bonzon, 38, não seja um nome relativamente conhecido na região, a artista plástica tem suas obras espalhadas pelo mundo e em diversas pinacotecas brasileiras. Uma delas está no Palácio Itamaraty, em Brasília.
Casada com um arquiteto paisagista francês, Renata “voltou às origens” há dois anos e mora com as duas filhas menores numa histórica fazenda em Ipaussu, onde passou a maior parte da infância.
A propriedade já foi a moradia do avô “Lalo” Egreja — ex-prefeito de Ipaussu — e dos pais da artista. Durante dois anos, foi totalmente reformada, sem perder a característica original dos antigos casarões de fazenda.
Foi neste local que Renata cresceu e aprendeu a desenhar, inclusive usando a terra como pigmento para seus trabalhos — o que, aliás, faz até hoje. Os pais e avós ficavam loucos com a arte da menina espalhada por todas as paredes.
Hoje, em meio a uma exuberante vegetação, animais e pássaros, o espaço virou o ataliê de Renata Egreja. Ela também trabalha com esculturas e instalações, mas foi na pintura que encontrou seu principal eixo.
Ainda muito jovem, Renata percebeu que a região não dispunha de instrumentos para o desenvolvimento cultural e artístico — “não tinha nem museu por aqui” —, e partiu para São Paulo em busca de conhecimento.
Estudou marketing e depois voltou-se definitivamente para as artes plásticas. Cursou a faculdade da Fundação Álvares Penteado e em 2007 foi morar em Paris, onde completou os estudos e fez o mestrado na Escole des Beaux Arts.
Curiosamente, foi no Brasil, durante uma festa, que ela conheceu o marido francês.
A artista já ganhou prêmios importantes com suas obras, como o “Itamaraty de Arte Contemporânea”, “Residência Artística FAAP”, “Itamaraty Sansckiti Faudation” e “Trajetórias Artísticas do Governo de São Paulo”’.
Além disso, participou das exposições “Os Primeiros Dez Anos”, “Correspondências do Instituto Tomie Othake”, “Novas Aquisições MAC Sorocaba”, “Elas na FAAP” e várias outras. Renata fez exposições individuais nas galerias paulistanas Zipper e Lume e expôs suas telas no Museu de Arte de Curitiba, no MAG Goiânia, no Rio de Janeiro e, recentemente, na Pinacoteca “Fórum das Artes” em Botucatu.
Ela possui obras em coleções da Fundação Álvares Penteado, MAC Sorocaba e até no Itamaraty, no Ministério das Relações Exteriores. Atualmente é ligada à Galeria Lume.
Porém, ainda não realizou nenhuma exposição na região, mas mantém o sonho. “Faltou oportunidade”, diz.
Renata Egreja também foi responsável por assinar uma coleção “cápsula” de bolsas da casa de moda italiana “Salvatores Ferragamo”, junto com a mexicana Alejandra Garcia y Gutiérrez.
Incrivelmente, a artista trabalha em seu ateliê todos os dias. “As pessoas me perguntam se eu trabalho quando me sinto inspirada. A verdade é que a inspiração me pega trabalhando”, afirma. “Também leio muito, todos os dias, o que não deixa de ser um estudo. Aliás, a disciplina é muito presente em minha vida”.
Quando não está pintando, Renata desenvolve projetos para museus ou para programas culturais com respaldos na Lei Rouanet ou Proac.
“Muita gente imagina que estas leis foram feitas apenas para beneficiar artistas. Não é verdade, pois até a indústria automobilística recebe incentivos fiscais, assim como outros setores da economia. Mas o fato é que as artes plásticas têm uma potencialidade muito grande”, disse.
A pintura de Renata é contemporânea e repleta de ação. “É muito otimista e cheia de alegria. Afinal, quantos verbos cabem numa tela? Derramar, preencher, contornar, jogar e outros. É uma arte em movimento”, explica, “e tem intenções de pintura que são transformadas em elementos”.
Sobretudo, insiste, é uma pintura da alegria. “Eu acredito neste poder da arte de sublimar, de fazer com que o terrestre se torne celeste, de elevar o espírito das pessoas”, afirma. “Na verdade, eu olho para o infinito, para o divino”, explica.
Apesar da alegria que busca expor em suas telas, Renata Egreja sabe que o País passa por um período difícil. “Os artistas estão sendo tratados como inimigos e são tempos difíceis para falar de alegria. Mas também é tempo de resistir”, diz.
Renata é realizada e vive exclusivamente de sua arte. Seu ateliê é, na verdade, uma empresa e algumas de suas obras estão avaliadas em até R$ 70 mil. “E não dou conta de fazer tudo. Tenho fila de entrega para minhas pinturas”, afirmou.
Até sua agenda é apertada. Renata deve viajar dentro de alguns dias para realizar pesquisas e em maio vai a uma exposição de arte em Veneza. “Nós precisamos estar sempre atentos ao que está acontecendo no mundo das artes”, disse. Quando sobra tempo, ela está completando um livro sobre sua trajetória artística.
* Colaborou Toko Degaspari
Previsão do tempo para: Sábado
Durante a primeira metade do dia Períodos nublados com tendência na segunda metade do dia para Céu limpo
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