CULTURA

CARTAS - Edição de 14 de junho de 2020

CARTAS - Edição de 14 de junho de 2020

Publicado em: 20 de junho de 2020 às 06:25
Atualizado em: 29 de março de 2021 às 08:08

Homenagem a Zilo e Zalo

Zalo (Belizário Pereira de Souza), da dupla “Zilo e Zalo”, nasceu em Santa Cruz do Rio Pardo aos 25 de maio de 1937, falecendo em Mogi Mirim, aos 75 anos, no dia 1º de agosto de 2012.

Nascidos no bairro rural denominado Ribeirão dos Cubas, no distrito de Caporanga, município de Santa Cruz, Aníbio Pereira de Souza e Belizário começaram ainda muito criança a arte de cantar e tocar viola e violão. Em pouco tempo já estavam animando festas tradicionais da região e adotaram um nome para a dupla: “Pereré e pereirinha”. No ano dee 1955 se apresentaram por um período de seis meses num programa exclusivo da rádio Difusora de Santa Cruz e só pararam porque o pai, Davi, resolveu se mudar para a capital paulista.

Na capital, Zilo conseguiu emprego como almoxarife e Zalo foi trabalhar com seu pai num armazém de secos e molhados. Entretanto, a esperança de se tornarem artistas profissionais continuava sendo alimentada. Participaram de grandes concursos e festivais, até que um dia o compositor e radialista Zacarias Mourão os levou para a rádio Bandeirantes, onde passaram a cantar no programa “Serra da Mantiqueira.

A familia morava no bairro Nova Cachoeirinha, local onde um certo dia se instalou o Circo Rancho Alegre, de propriedade de Zé Tapéra e Paiózinho. O “Cascatinha” a época era o diretor artístico da gravadora “Todamérica” e convidou os rapazes para gravar um disco. A essa altura, a dupla já estava sendo divulgada e conhecida por Zilo e Zalo. Gravaram o primeiro disco, que foi o maior sucesso em toda a brilhante carreira da dupla. "A volta do Seresteiro" de autoria do Zilo e de Benedito Seviéro. e do outro lado a moda de viola de autoria do Teddy Vieira e do Piraci, "o adeus do mineiro" em homenagem ao mineiro da dupla Mineiro e Manduzinho, que havia falecido havia pouco tempo.

Logo vieram muitas outras gravações e o sucesso aumentava a cada disco divulgado. Em 1965 quando o governo brasileiro já estava sob o regime militar, ainda se falavam muito na tal reforma agrária que era o grande sonho dos lavradores. Os compositores Goiás e Francisco Lázaro compuseram uma música e deram a dupla gravar. No entanto, a censura na época impediu a gravação. O título é “A Grande Esperança”. Eles, então viajaram para Joanesburgo, na África do Sul, gravaram a canção e a divulgação se espalhou. Se tornaram, assim, a primeira dupla sertaneja a vender discos no exterior.

O slogan "as vozes encantadoras do sertão" foi sugestão do humorista Saracura. Além do maior sucesso (“A Volta do Seresteiro), vieram muitos outros, como: alma inocente, o milagre do ladrão, grande esperança, feitiço espanhol, vingança do caçador, chora coração, alma do ferreirinha etc. No repertório da dupla constam 18 discos de 78rpm, 32 LPs e 4 CDs de coletânia, tudo gravado nas mais renomadas gravadoras, como Chantecler, Todamérica, Continental, CBS, Beverly, Copacabana, entre outras.

A dupla infelizmente teve fim por ocasião da morte do Zilo ocorrida no dia 6 de janeiro de 2002. O Zalo ainda deu continuidade à carreira, cantando com o filho Renato. Porém, no dia 1º de agosto de 2012 ele também se despediu do pavimento térreo, acometido de complicações cardíacas. Infelizmente as autoridades constituídas de Santa Cruz do Rio Pardo pouco fizeram para perpetuar a dupla que se tornou ícone de uma magnitude incomparável e elevou o nome dessa cidade para todo o brasil e até para o exterior. É um verdadeiro descaso, lamentável.

Contudo, deixaram para a enorme legião de fãs espalhados por todo o território nacional, um legado de preciosidade ímpar. A grande saudade sentida pelos fãs é atenuada pela audição contida em um rico e vasto repertório peculiar de poucos. Zilo e Zalo representam um valiosíssimo patrimônio histórico para Santa Cruz. Só nos resta esperar que um dia alguém coloque em prática a idéia de se erigir duas estátuas em memória da dupla santa-cruzense.

Odair Manzano (Ourinhos-SP)




Fotos do Leitor



Máquina de arroz do João Cândido

— Por Edilson Arcoleze:

A máquina de beneficiamento de arroz, que ficava na rua Carlos Gomes foi uma das pioneiras da cidade. Fundada no final da década de 50, tinha como sócios João Pedro Raimundo e seu filho João Candido Raymundo. Compravam arroz em casca de vários produtores de Santa Cruz e faziam o beneficiamento. João Pedro, filho de José Cândido Ferreira e de Maria Brigida de Jesus, foi casado com Maria Dário. Faleceu na cidade com 99 anos de idade, aos 7 de setembro de 1995. O filho João Candido Raymundo nasceu em 1922 em Santa Cruz e, após a aposentadoria, tornou-se taxista. Faleceu em2005. Foi casado com Barbara Fermino Raymundo. João Candido e e a mulher Barbara tiveram os filhos Vicente, Inês, Izabel, Terezinha, Irene e Hilda. Eu tinha muito apreço pelo casal, pois foram vizinhos dos meus avós paternos, Hyram Ramos de Castro e Deolinda Lorenzetti de Castro. Na fotografia, mais antiga, de 1962, estão minhas tias Maria Terezinha e a saudosa Margarida, além de uma amiga de Marília.



  • Publicado na edição impressa de 14 de junho de 2020


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