CULTURA

CARTAS - Edição de 02/09/2018

CARTAS - Edição de 02/09/2018

Publicado em: 07 de setembro de 2018 às 06:13
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 03:12

‘Pobres crianças’

No mundo de hoje, estamos vendo como as crianças estão sendo vítimas da correria, das armas de destruição em massa e das “armas” do sistema social e educacional.. O excesso de estímulos, atividades, propagandas de televisão, do celular, da quantidade de brinquedos, de preferência industrializados, os games da vida, as informações da escola, tudo concorrendo para deixar a mente infantil confusa, sem saber o que vai fazer primeiro porque é escrava do intelecto. Uma criança de sete anos, hoje, tem mais informação que um imperador da Roma antiga como Sócrates ou Platão, como de muitos pensadores da antiga Grécia.

Por isso estão tão agitadas, inquietas, impulsivas, desconcentradas. Nunca foi tão difícil educar uma geração como a atual. Os pais estão perdidos e os culpados são o rápido avanço da tecnologia, o aquecimento global, a insegurança alimentar, o aumento da população do mundo. Tudo isso influi na mente das crianças.

Mais tarde elas serão adultos inseguros e precisarão de capacidade de liderança para resolver problemas porque não estão preparadas para viver num mundo tumultuado. Hoje, elas mandam nos pais e não têm mais uma infância tranquila e relaxada. Querem sempre mais do que têm e não aceitam o “não” como resposta. São insatisfeitas, impacientes, indisciplinadas e querem tudo na hora e não sabem expressar gratidão.

Os pais não devem não devem deixá-las conectadas nas redes sociais o dia inteiro porque a utilização do celular pode causar dependência psicológica. Muitas já se deprimem quando não o encontram por perto. E à noite, ao dormir, devem desligá-los porque a tela do aparelho desprende uma onda azul altamente prejudicial ao funcionamento do cérebro.

Diz Augusto Cury, em um de seus livros, que a humanidade adoeceu coletivamente das crianças aos adultos e o que vemos hoje, o assassinato da infância.

—Anna Maria Rocha (Santa Cruz do Rio Pardo-SP)

Eleições

Vamos ter eleições gerais em outubro. Foi um período tumultuado na política brasileira. A corrupção envolvendo políticos assustou a todos. E agora, o que fazer, caro eleitor? Basta não eleger quem tem condenação por ato de improbidade administrativa ou teve mandato cassado. Se um candidato desse bater na sua porta, diga não. Um sujeito desse não pode se eleger. Pense nisso. Se a pessoa for vereadora ou cabo eleitoral, comente que esse candidato jamais vai ter seu voto. Envolva a comunidade para não eleger. É o único caminho para afastar o político corrupto sem vergonha. Agora, se você ignora isso e dá o seu voto a um indivíduo de outra cidade para representar Santa Cruz do Rio Pardo na Assembleia, está colaborando para que as coisas fiquem sempre piores.

—Adalberto Rodrigues (Santa Cruz do Rio Pardo-SP)

Fotografia

Hoje se comemora o dia do repórter-fotográfico. Com muito orgulho fiz parte por anos do DEBATE nessa área, tempo em que a fotografia tinha que ser revelada em preto e branco, com filmes de ASA 400 e, às vezes, “puxávamos” para 800 para obter melhores resultados na captação da cena.

No fotojornalismo a informação é clara e objetiva, as imagens mostram muito mais do que somente as palavras, pois exibem todas as informações.

Imaginem o DEBATE sem imagens! Seria extremamente monótono, sem estímulo visual nenhum. Parabéns ao Sérgio, que sabe como mestre captar a imagem no sentido exato do personagem ou paisagem da reportagem, pois muitas vezes essa sobrepõe o texto.

A todos que tem a admiração pelo fotojornalismo que, face à tecnologia, se transformou para melhor, celulares, redes sociais e até mesmo os vídeos presentes nas emissoras de TV. Mostram o fato imediato e preciso. Um abraço aos amantes das imagens e àqueles que adoram serem fotografados.

— João Moretti Jr. (Bauru-SP)

Resposta ao prefeito

Senhor diretor:

Solicito a publicação da resposta que estou encaminhando ao sr. prefeito municipal, sobre o caso do desaparecimento de um curral da Expopardo, assunto que ele abordou durante o uso da tribuna da Câmara Municipal no último dia 27.

“Ilmo. Sr. prefeito:

Em resposta ao seu requerimento que, mesmo sem previsão regimental, foi lido na tribuna da 15ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal, tenho a esclarecer o seguinte:

Vejo que o Senhor já começou errado, pois a defesa das contas deve ser realizada no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e não na tribuna da Câmara Municipal. Isso sem mencionar o total desvio de foco do assunto, visto que o desaparecimento do curral e da pista de laço, entre outros tratados na tribuna da Câmara, nada tem a ver com as contas do município.

Com relação à minha falta na sessão extraordinária do dia 22 de dezembro de 2014, na qual Vossa Senhoria afirma no requerimento 316/2018 que eu, enquanto vereador, fui devidamente convocado, esclareço que eu não fui convocado para a referida sessão e desafio Vossa Senhoria a mostrar a minha assinatura no requerimento de convocação da sessão relatada no seu requerimento.

Com respeito à sua afirmação no mesmo requerimento acima mencionado, de que eu acusei Vossa Senhoria de realizar crime em sua gestão, informo que em meu requerimento, encaminhado através do Secretário de Comunicação, em momento algum eu o acusei. No documento, eu, como cidadão, tenho o direito, adquirido através da lei nº 12.527/11 (que trata da transparência dos atos administrativos), de pedir informações de todos os atos praticados pelo chefe do executivo e demais servidores públicos. Ainda mais em uma questão tão relevante, que é o desaparecimento de uma pista de laço e também de um curral que comprovadamente, através da Lei Municipal nº 1.285/90, foi comprado com Cr$ 1.050.000,00 (um milhão e cinquenta mil cruzeiros) de dinheiro público da época.

No tocante ao projeto de Lei nº 155, de quatro de dezembro de 2014, de iniciativa do Executivo, que mais tarde virou a Lei Complementar nº 549 de 23 de dezembro de 2014, lei na qual o seu requerimento foi embasado para justificar o sumiço da Pista de laço e do curral, informo a Vossa Senhoria que o conteúdo desta Lei autoriza o Presidente do CTP – Centro de Tradições do Pecuarista Vale do Rio Pardo a restituir-lhes seus pertences que se encontravam no recinto da EXPOPARDO. De acordo com o dicionário, a palavra restituir significa tomar de volta. Portanto, fica muito claro que a lei permite que o CTP tome de volta o que, em tese, seria de sua propriedade, devendo ser comprovado através de notas fiscais, contratos ou qualquer documento que comprovem a propriedade do bem a ser restituído (conduta obvia), no momento da sua retirada. Portanto, afirmo que a sua tentativa de justificativa pelo sumiço da pista de laço e curral, foi fracassada.

Informo, ainda, que através de uma pesquisa, em conversa com alguns colaboradores da época, que o recinto era destinado à Feiras Agropecuárias, que os outros bens instalados no recinto da Expopardo — como por exemplo a Mangueira, o Tatersal, a Arquibancada, além da Pista do Laço e do Curral —, também não eram de propriedade do CTP. Esclareço de maneira informal (sem documentos comprobatórios) que a Mangueira foi comprada com dinheiro arrecadado por pecuaristas; o Tatersal foi instalado através de doação financeira do saudoso Sr. Fernando Quagliato e a arquibancada foi construída através de dinheiro arrecadado entre comerciantes da época. No entanto, a Pista do Laço e o Curral foram construídos com material comprado com dinheiro público (Lei 1.285/90) – foto Anexa. Entendo que quem deve comprovar a posse do bem é quem retira o bem do local público e não quem está cedendo, no caso a prefeitura.

Por último, e não menos importante, entendo que quem deva pedir desculpas é o senhor! E não desculpas a mim. Deve pedir desculpas a todos os cidadãos santa-cruzenses que confiaram a Vossa Senhoria a boa gestão do dinheiro público municipal e que, até o momento, por várias ocasiões, Vossa Senhoria não demostrou tal zelo com o dinheiro público.

Afinal, contratou de forma pouco transparente um funcionário que por mais de um ano recebeu dinheiro público para intermediar os assuntos entre vereadores e prefeito e, no entanto, nunca apareceu no prédio da câmara e até onde se sabe, pouquíssimas vezes no prédio da prefeitura. Também não demostra zelo com o dinheiro público quando deixa funcionários públicos sem atribuições, recebendo sem trabalhar. Um deles está há cinco anos sem atribuição, marcando presença e indo embora para casa. Tampouco demostra zelo com o dinheiro público quando contrata em caráter comissionado correligionários políticos, cuja única atribuição é “levantar a bola” para o prefeito nas entrevistas que mais parecem pronunciamentos ditatoriais na rádio amiga do chefe do executivo.

E, para finalizar, aproveito a oportunidade para fazer uma sugestão. Já que Vossa Senhoria consegue enxergar tanta virtude no atual assessor de Coordenação Politica, o Sr. Claudio Gimenez, por que não leva este cidadão para trabalhar na iniciativa privada, mais especificamente na firma “Pró-Vidas”, de sua propriedade?

Sem mais para o momento, aproveito a oportunidade para expressar meus votos de estima e elevada consideração”.

— Luiz Carlos “Psiu” Novaes Marques (Santa Cruz do Rio Pardo-SP)

Geraldo Machado

“Seu” Geraldo veio nos visitar na biblioteca, em sua cadeira de rodas monitorada pela nora Cláudia, que é uma santa dedicada à família! Toda tarde passeiam pelo entorno de sua casa, munido de sua vitalidade, revendo amigos e vizinhos, para os quais tem sempre uma palavra alegre! E o sol o aquece, aquece seu rosto protegido com boné e a pele branca! Branquinha, mais do que sempre foi, pois agora com mais tempo dentro de casa pela impossibilidade dos passos devido à alta idade, quase 99 anos e ele me pergunta como está o seu aspecto e diz para quem o encontra: “Eu ainda estou vivo, viu?”

Sim, está vivo e muito vivo e com boa memória e ainda fazendo trocadilhos de humor com a vida e com os fatos.

Por um breve momento, olhou as estantes de livros, dos quais leu a maioria e me perguntou: “Vocês tem o DEBATE? Claro, seu Geraldo! Veja aqui — e mostrei-lhe as três últimas edições do jornal que nossa biblioteca recebe por gentileza do proprietário Sérgio Fleury e também o seu conto publicado no Caderno D. E aproveitei para contar, aumentando o volume da minha voz pela sua dificuldade em ouvir, que sempre vejo, no balcão da Padaria Record da rua 12 de Outubro, de Ourinhos, o DEBATE aberto na matéria dele, provavelmente deixado nessa página por algum leitor que, como eu, lá toma o seu café.

“Seu” Geraldo sempre teve a preocupação de seus contos serem ou não lidos, pois ele não tem retorno dos leitores. E em seguida me perguntou sobre o seu terceiro livro e respondi que os originais estão com o amigo Seixas.

Orgulhosa, mostrei-lhe o espaço em nossa biblioteca em sua homenagem com os seus dois livros (O Celeiro da Memória e Na Garupa da Memória) numa mesa com duas poltronas, à disposição dos leitores que queiram conhecer o nosso autor chavantense. Ele se emocionou e eu mais ainda!

Em seguida, ele olhou os expositores com livros e disse que agora deitado fica difícil ler! Mas Cláudia me diz que Cristina (filha do sr. Geraldo) é quem lê para ele as edições do jornal.

Visitinha rápida, ao sair ele viu uma foto da Ponte Pênsil e me perguntou se ainda vamos à ponte. Respondi que sim e, ao sair do prédio, pediu que eu cuide da orquídea que há alguns anos pagou para um rapaz colocar no tronco alto da grande árvore em frente ao prédio!

Conversamos mais um pouco e me despedi com um beijo na pele delicada do rosto branquinho. Voltei emocionada com minhas lágrimas, nem sei por quê, se de tantos anos de convivência, da sua força de vida apesar da idade, de seu otimismo, pois ainda brincou com as palavras ao se despedir para a continuidade do seu passeio ao sol.

Firme e forte, quase aos 100 anos: assim é “seu” Geraldo Negrão Machado, que aprendi a conhecer através de suas visitas ao Museu, onde me contava suas histórias vividas, do presente ao passado entrelaçando os fatos.

— Maria Helena Cadamuro (Chavantes-SP)




"Fotos do Leitor"



Acidente em

agosto de 1950


— Nas fotos, um acidente de trânsito ocorrido em 19 de agosto de 1950. O sinistro aconteceu no posto Shell que existia na esquina da avenida Tiradentes com a antiga rua Euzébio de Queiroz (atual Catarina Etsuko Umezu). O motorista do caminhão placas 41-18-91 manobrou para sair do posto e acabou atingindo o automóvel da foto, chapa 31-01-00. (Imagens: acervo de Edílson Arcoleze Ramos de Castro)
SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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