CULTURA

CARTAS – Edição de 26/01/2020

CARTAS – Edição de 26/01/2020

Publicado em: 31 de janeiro de 2020 às 08:46
Atualizado em: 29 de março de 2021 às 23:08

‘Jamais seremos colonizados

pela ideologia do poder’


Certa vez, um passarinho que vivia preso engaiolado teve um sonho. Sonhou que a trava da gaiola que o aprisionava se soltou. Qual é a reação daquele (a) que passa uma boa parte da vida encarcerada, física ou emocionalmente, fazer quando se depara com a liberdade? Precisa dizer o óbvio? Claro, alçar voo! Foi nesse sonho alucinante e empolgante que ele decolou, mas foi capturado por uma rede de caçadores. Objetivo dos tais? Fazer daquele pobre passarinho, que quis viver a liberdade plena, comida para gatos. Quando o passarinho acordou de seu “pesadelo”, deu graças pela segurança da gaiola. Estava protegido? Sim! Mas seu destino não seria diferente dos demais. Moral da história: todos nós já estamos condenados a sermos comida de gato, ou seja, a morte iminente. Esta é uma certeza universal e absoluta: de que não vamos ficar para semente. Todos irão morrer! Se a morte é uma é uma evidência para todos, por que temos medo da liberdade? Por que tememos questionar, bater de frente com um sistema que nos oprime? Por que não agimos, por que não enfrentamos a ficar acuados como animais e pássaros indefesos? Por que dizemos, sim, quando deveríamos dizer, não?! Liberdade é para os fortes. Os fracos ficam na segurança da gaiola. Mas seus destinos não deixam de ser o da maioria. Não podemos ceder e viver com falsas promessas e de pseudos discursos pretenciosos e maquiavélicos. Muito menos por essa ideologia extremamente nociva. Não farei parte das estatísticas dos domesticáveis em potencial. Sou autônomo em meus pensamentos, não um fantoche marionetado. Alguns acham que são livres nessa sociedade, mas estão acorrentados sem ao menos perceberem. Basta você se mexer para saber o que eu estou dizendo. Rosa Luxemburgo diz: “Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem.” É preciso movimentar, correr, gesticular, falar, até que o som das correntes seja insuportável e consigamos acordar dessa inércia ridícula que nos condicionaram. Albert Einstein dizia: “Uma mente aberta nunca voltará a seu estado original.” Da mesma forma, uma mente liberta jamais aceitará retornar à prisão. O princípio da autonomia está dentro de nós, quando decidimos romper o medo de abrir os olhos e começarmos a enxergar. Pois, de que adianta ter uma vida de conforto e, supostamente segura, se é justamente por essa “segurança” que a servidão e os males decorrentes desta se tornam possíveis? Sejamos autônomos e livres em nossos pensamentos. Afinal, estamos vivendo uma vida que nos condicionaram as mentiras e as fábulas sociais. Como se fossem verdades absolutas. No contexto da Alemanha Nazista, Já dizia Joseph Goebbels: “Uma mentira repetida por mil vezes, torna-se verdade.” É exatamente neste discurso sofista, quando se transforma uma mentira em verdade ou vice versa, que estamos inseridos. Eu, você, nossos filhos e as gerações posteriores. A gaiola nos trará uma sensação de segurança, mas nunca estaremos seguros. Se rompermos com ela, não mudaremos o nosso destino, mas transformaremos a nossa vida ridícula dominada pelos mais fortes em liberdade de vida. E, seremos protagonistas da nossa própria história. Por: Teol. Rodrigo Santos.

— Rodrigo Santos, teólogo (Santa Cruz do Rio Pardo-SP)



Os conceitos antiquados para a Amazônia

Atualmente, quase metade da floresta está nessa condição. Entretanto, dados de satélite mostram que os incêndios estão aumentando em reservas próximas a áreas já desmatadas, principalmente após anos de seca intensa. Por exemplo, após a seca histórica de 2010, quase 30% da Reserva Indígena do Xingu foi afetada por incêndios florestais causados pela ação humana.

Assim, os extremos climáticos e a proximidade com a ocupação intensiva pela agropecuária representam ameaça concreta às áreas protegidas. Há ainda outros fatores como invasão para extração ilegal de madeira, garimpo e grilagem de terras, que fazem com que essa proteção legal não seja garantia de conservação da floresta, dos rios, da flora, da fauna e das culturas tradicionais que nela vivem.

A segunda via propõe um modelo de produção de grãos em sistema de monocultura e pecuária extensiva em áreas já em parte desmatadas entre o Cerrado e o início da Amazônia, assim como mineração ou mesmo extração de madeira, de maneira controlada. Com muita terra disponível, excelentes condições de insolação e água, pesquisas de alto nível e um setor agropecuário cada vez mais vibrante, o Brasil superou outros países na produção de alimentos e se tornou líder global nessa área. Mas até quando o agribusiness continuará a obter ganhos crescentes, sem dúvida necessários à economia do país, sem ampliar suas fronteiras em direção ao coração da selva, colocando em grave risco o futuro da Amazônia?

Olhando os números da lucratividade líquida das atividades econômicas na região amazônica, temos, por exemplo, a pecuária que gera de 30 a 100 dólares por hectare por ano de renda líquida com a produtividade média de cerca de uma cabeça de gado por hectare. A soja tem uma lucratividade anual de 100 a 200 dólares por hectare por ano e uma produtividade média na Amazônia de 2.9 toneladas por hectare por ano. A exploração de madeira tem uma renda de 100 a 400 por hectare, para um período de 25 a 30 anos, sendo que 80% da exploração de madeira é ilegal e o potencial de REDD+ (Redução de Emissões de gases de efeito estufa provenientes do Desmatamento e da Degradação floresta) é de 2.500 a 5.000 dólares por hectare, de uma única vez, com o ainda baixo preço médio do CO2 de 2,5 dólares por tonelada.

Na média, temos um rendimento de 125 dólares por hectare por ano, o que é um valor bastante baixo em comparação com a produtividade de outras regiões do Brasil e do mundo. Portanto, o modelo que temos hoje não garante o desenvolvimento sustentável da Amazônia a médio e longo prazo. Precisamos fazer mais, como veremos!

— Mario Eugenio Saturno (São José dos Campos-SP)



Ciclo das lorotas chega ao fim

As lágrimas do comediante, disse um dia Denis Diderot, filósofo francês e estrela do Iluminismo, escorrem de seu cérebro; as do homem sensível jorram de seu coração. Na política também é assim. Políticos, como atores, vivem de representações. E criam projeções que passam a se confundir com os personagens que representam. Poucos, muito poucos, podem dizer que o “eu” e o “ele” são a mesma coisa. Alguns construíram perfis sobre um conceito negativo, que, de tanto banalizado, passou a ser aceito pelos cidadãos. É o caso, por exemplo, do “rouba, mas faz”.

Muitos esticam o ciclo de sua vida política graças à caricatura que moldaram. É o caso de protagonistas com o carimbo de “obreiros, estradeiros, fazedores, pai dos pobres, desenvolvimentistas, heróis da Pátria”.

Até hoje, comediantes têm impressionado suas plateias, não por dizerem a verdade, mas por dourarem muito bem a pílula, ou seja, por terem boa performance no teatro da política. Ocorre que o ciclo dos histriões, estes que sobem aos palcos para comover a audiência, está chegando ao fim. A máscara das promessas começa a ser retirada dos atores políticos por grupos, movimentos, núcleos, que clamam por atitudes éticas e morais.

A quebra de paradigmas (que apareceu na eleição de outubro passado), sinaliza o enterro de uma era, o declínio do engodo, o combate à mentira, o fim de promessas mirabolantes. As águas do populismo começam a escassear na fonte.

O populismo ganhou culminância na era getulista (anos 30) e prosseguiu em outros ciclos: o desenvolvimentismo de Juscelino Kubitschek; o trabalhismo de João Goulart; o estilo autoritário de Jânio Quadros; o matiz nacionalista de viés esportista de Garrastazu Médici nos anos de chumbo; o olimpismo-modernizante de Fernando Collor; o apartheid social (“Nós e Eles”) de Lula da Silva, para registrar apenas alguns movimentos.

Nos Estados, os casos mais emblemáticos vêm de São Paulo, por exemplo, nos governos de Adhemar de Barros e Paulo Maluf. O primeiro deixou a marca do “rouba, mas faz”, refrão que colou, mais adiante, na imagem do segundo. Este plasmou sua identidade com a marca do obreirismo faraônico, uma avalanche de obras sob a sombra de um slogan que marcou suas campanhas: “Maluf fez, Maluf faz”. Ao passar do tempo, a carga negativa das imagens de ambos foi aliviada. O país acabou abrindo os cofres da corrupção e casos antigos foram canibalizados por novas descobertas.

O populismo de ontem se banhava nas emoções da plebe e em grandes mobilizações. Hoje, não há mais comícios. E as manifestações de rua ganharam outros focos, principalmente na órbita dos serviços públicos. A massa está desconfiada e a mídia assopra brasa na fogueira de escândalos. O rolo que a Lava Jato começou a desenrolar esfumaça o ambiente.

Os espectadores da cena política não querem se entregar mais às ilusões, preferindo exercitar seu espírito crítico, tirar atores do palco e denunciar a encenação dos personagens.

Nos últimos tempos, multiplicou-se a violência; os serviços públicos se deterioraram; o desemprego chegou ao pico (12 milhões de desempregados); a extrema pobreza aumentou para 4 milhões, que vivem com uma renda mensal inferior a R$ 145, R$ 4,80 por dia, valor insuficiente para garantir alimentação e suprir necessidades básicas; a saúde está precária; remédios custam caro e a vida, para milhões de pessoas, se torna insuportável. Por isso, o povo quer ver um novo tipo de ator. Que chore com o coração e não com um cérebro encenando peças.

Por isso, a indignação popular atinge altos índices. O sentimento de revolta oxigena as veias da nossa democracia.

John Stuart Mill, em Considerações sobre o Governo Representativo, faz a distinção entre duas espécies de cidadãos: os ativos e os passivos. Os governantes preferem os segundos — pois é mais fácil dominar súditos dóceis ou indiferentes —, mas a democracia necessita dos primeiros.

Numa sociedade passiva, os súditos são transformados em ovelhas dedicadas tão somente a pastar capim uma ao lado da outra e a não reclamar nem mesmo quando o capim está escasso.

O povo percebe quando o discurso político não passa de encenação canhestra. Não quer mais pagar tributo por um expressionismo cênico, caricatural, grotesco, mímico, demagógico.

— Gaudêncio Torquato, jornalista (São Paulo-SP)




REPERCUSSÃO ONLINE:

NA PRIMEIRA SEMANA

DE INTERVENÇÃO,

HOSPITAL PAGA 
OS

SALÁRIOS DE DEZEMBRO


Via Facebook:

Apesar das dificuldades que a Santa Casa está enfrentando, sinto-me grata por tudo que fizeram e estão fazendo por mim. Parabéns à UPA , ao Samu e ao hospital e a todos os que carinhosamente me atenderam.

— Fátima Ferrari (Santa Cruz do Rio Pardo-SP)

—oOo—

Para estes homens de boa vontade, que lutam pelo bem da saúde, parabéns! Deus os abençoe e os ilumine sempre!

— Tomi Gan (Santa Cruz do Rio Pardo-SP)

—oOo—

Este é o único hospital de Santa Cruz do Rio Pardo. Então, temos que ajudar

— Marta Gonçalves (Santa Cruz do Rio Pardo-SP)

HOMENAGEADO,

MARRERO JÁ

PLANEJA FESTA


DE 2021

Ele sempre foi um guerreiro. Sempre acreditou no seu trabalho. Ele e a esposa lutaram muito, mais muito para colocarem a festa do Peão de Santa Cruz do Rio Pardo como uma das melhores de nossa região, quiçá do Brasil. Com esse jeitão simples, porém é uma pessoa correta e com ideal.

O conheço de longa data e sempre o admirei por acreditar que seu sonho um dia seria realizado e admirado. Ele e a esposa têm o meu respeito e deferência

— Adelino Lorenzetti Neto (Ourinhos-SP)

—oOo—

O público deixou a desejar no show pago, que aparentemente teve prejuízo. Alguns políticos querem ter livre acesso, quando deveriam pagar. Minha filha foi ao show pago e amou. Parabéns, Marrero....

— Fátima Damasceno (S. Cruz do Rio Pardo-SP)

—oOo—

Sinceramente, admiro o Marrero (mesmo ele já tendo brigado ‘muuuuito’ comigo). É preciso ter peito para organizar e realizar um evento deste porte. Tem gente que desce a lenha, mas não faz...

— Regina Pitol (Santa Cruz do Rio Pardo-SP)

“Fotos do Leitor”

Antiga Delegacia Regional

Agrícola de S. Cruz do Rio Pardo

— Por Edilson Arcoleze:

A Delegacia Regional Agrícola de Santa Cruz do Rio Pardo foi criada pelo decreto número 30.277, de 3 de dezembro de 1957. O texto foi publicado no “Diário Oficial do Estado de São Paulo”, na seção Executivo, página 3, em 4 de dezembro de 1957. Atualmente funcionam no local as secretarias municipais da Agricultura e do Meio Ambiente. 



  • Publicado na edição impressa de 26/01/2020


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