CULTURA

‘De volta às origens’

‘De volta às origens’

Publicado em: 15 de novembro de 2019 às 18:31
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 08:51

Empresa distribui piões para estudantes de Santa

Cruz e projeto tem apoio do secretário da Educação


Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

A volta a um passado recente que não deveria ser esquecido. Este foi o objetivo da empresa Madtrat, de Santa Cruz do Rio Pardo, em promover uma campanha diferente no mês das crianças. Ela distribuiu milhares de piões aos estudantes da cidade — seja da rede municipal ou estadual de ensino e até mesmo escolas particulares. Aqueles que publicassem vídeo das atividades com o pião e conseguissem um grande número de curtidas, recebiam outro presente relativo ao saudosismo: um carrinho de rolemã. A entrega aconteceu na manhã de sábado, 9, na sede da Madtrat, no Distrito Industrial “Michiyoshi Suzuki”.

RARIDADE — Antes da distribuição, crianças “experimentam” carrinhos de rolemã, que algumas nem conhecem



A promoção deu tanto resultado que foi incorporada pela secretaria da Educação. O objetivo, claro, foi afastar os jovens dos celulares e das redes sociais para experimentar brincadeiras que muitos sequer conhecem.

O secretário Francis Pegorer Godoi contou que a Madtrat procurou o setor de Educação para buscar informações sobre número de alunos. “Mas achamos o projeto tão bom que resolvemos firmar uma parceria. O fato é que todas as crianças que estudam em Santa Cruz, dentro de uma faixa etária que podem usar o pião, foram contempladas”, disse.

Segundo o secretário, a parceria resgatou uma tradição que estava sendo esquecida. “Muitos desses alunos nunca viram pião ou pegaram o brinquedo nas mãos”, disse.

Francis percebeu que, com o pião, houve uma volta dos vínculos em grupos. “A gente viu crianças se juntando novamente ou pais brincando com os filhos em torno de um objeto que não era mais lembrado”, disse. Ele disse que a secretaria da Educação está aberta a este tipo de projeto.

O secretário também contou que ele próprio brincou muito com pião na infância. “Eu me lembro que havia grupos e uma roda onde os piões eram jogados. Aquele que permanecesse girando e afastasse os outros, era o vencedor. Na verdade, tinha pião que destruía o do adversário”, contou Francis. “Claro que o projeto também mostrou que o celular pode ser prejudicial. A lição é que precisamos usar as tecnologias com responsabilidade, com parâmetros aceitáveis. Não há dúvida de que o celular tirou o diálogo nas famílias”, completou.

Jackson e o pai, o empresário Jacyr Correa Alves



Resgate saudável

O diretor comercial da Madtrat, Jackson César Correa Alves, explicou que a empresa começou a planejar uma promoção para as crianças antes de outubro. Afinal, a Madtrat, que trabalha com madeiras tratadas, possui uma linha de playground para as famílias.

Segundo ele, quando o assunto começou a ser discutido, houve propostas para sortear playstation ou celulares. “Foi aí que surgiu a ideia do pião, que é um brinquedo inventado há 4.000 antes de Cristo e que poderia empolgar crianças”, disse. “Realmente o objetivo era fazer com que esta geração conheça as brincadeiras sadias de nossos pais ou avós”, explicou.

EMPOLGAÇÃO — Menino mostra pião já com a fieira



Jackson disse que o pião foi uma escolha perfeita, já que, pelo custo, poderia ser distribuído aos milhares. A avaliação é que a Madtrat entregou cerca de 7.000 piões aos estudantes das redes pública e particular. “Aceitação das famílias superou tudo o que imaginamos. Houve milhares de vídeos e comentários”, disse.

O pião, na verdade, é fabricado por um cliente da Madtrat. A madeira utilizada, porém, é de Santa Cruz do Rio Pardo. Segundo o diretor da empresa, Jacyr Correa Alves, que possui farta experiência no setor, é preciso escolher o eucalipto ideal para a fabricação do pião.

O projeto não apenas empolgou, mas emocionou todos os envolvidos, especialmente funcionários da Madtrat. Na manhã de ontem, um grupo de pais e crianças se reuniram no pátio da empresa para receber a premiação final. Houve brincadeiras e distribuição de doces. Mantendo o objetivo da proposta, foram distribuídos mais de 10 carrinhos de rolemã, outro brinquedo que desapareceu na atual geração. Segundo Jacyr, os carrinhos foram fabricados na própria Madtrat.

O empresário, aliás, admitiu que não brincou com pião ou rolemã, por um motivo peculiar. “Nossa família era do sítio, onde praticamente não há calçamento”, contou, rindo. 



  • Publicado na edição impressa de 10/11/2019


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