CULTURA

Estudante de S. Cruz vai estudar no ‘MIT’ nos Estados Unidos

Publicado em: 27 de dezembro de 2018 às 19:35
Atualizado em: 29 de março de 2021 às 19:01

Instituição dos EUA é o maior centro

de ciência e tecnologia do mundo

Sede do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA

Diego Singolani

Da Reportagem Local

Um jovem estudante santa-cruzense entrou para o seleto rol de estrangeiros aceitos no mais importante centro de ciência e tecnologia do mundo, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Cambridge, nos Estados Unidos. A partir do ano que vem, Pedro Lucas Lanaro Sponchiado, 18, frequentará as mesmas salas e laboratórios pelos quais passaram 85 prêmios “Nobel”, além de personalidades como o linguista Noam Chomsky, o físico Richard Feynman, o astronauta Buzz Aldrin, o matemático Norbert Wiener e Bill Gates.

Pedro Lucas é um fenômeno das competições de matemática e computação. Desde os 13 anos de idade, ele coleciona bons resultados em disputas nacionais e internacionais. Em julho deste ano, conquistou um de seus títulos mais importantes, a medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática realizada em Cluj-Napoca, na Romênia.

O histórico vitorioso em eventos do gênero também colaborou para o ingresso de Pedro no MIT. “A avaliação é bastante ampla e envolve vários critérios. Mas, sem dúvida, as medalhas em competições de conhecimento, sobretudo o ouro na Olimpíada Internacional, foram importantes”, diz o estudante.

Para entrar no MIT, o aluno passa por provas, análise do currículo escolar, avaliação das premiações conquistadas e também das ações desenvolvidas em prol da comunidade onde vive. Este aspecto, aliás, é um dos mais relevantes. “A instituição tem uma espécie de lema, que é produzir conhecimento e tecnologia que possam ajudar a sociedade”, explica Pedro. Somente depois de passar por este crivo é que o estudante pode ser aceito.

Apesar de ter representantes de mais de 150 países, menos de 10% do total de alunos do MIT são estrangeiros. A instituição é privada e considerada cara para os padrões médios. O custo anual para um aluno chega a U$ 50 mil. Pedro Lucas, além de ter sido admitido, conseguiu ainda uma bolsa parcial. “No sistema deles, a família do aluno paga aquilo que estiver ao seu alcance e o restante é custeado pela bolsa”, explica.

Equipe brasileira na Romênia em outubro: ouro para Pedro

Dedicação

Pedro já ganhou dezenas de medalhas em olimpíadas no Brasil e no exterior

O caminho percorrido por Pedro Lucas para chegar ao MIT não começou de agora. Desde o sétimo ano do ensino fundamental, o jovem mantém uma rotina intensa de estudos diários e participações em competições de conhecimento. Pedro estudou no “Colégio Camões” em Santa Cruz do Rio Pardo e depois se mudou para São Paulo para concluir o ensino médio no “Etapa”, escola que tem um núcleo voltado especificamente para preparar alunos que pretendem estudar fora do País.

Sobre a expectativa de se mudar para os Estados Unidos, ele se mostra tranquilo. “Eu já tenho a experiência de morar fora da casa dos meus pais, pois viajo muito para as disputas. Então, não vejo obstáculo nisso”, garante Pedro.

Sobre a futura carreira, Pedro diz que pretende seguir na área de tecnologia, mas que ainda não definiu qual o segmento. “Nos EUA, principalmente nas grandes universidades, os alunos são estimulados a conhecer várias áreas no início do curso, ter contato com professores distintos para só depois definirem sua especialização”, declarou. “Pretendo trabalhar em uma empresa americana depois que me formar. Mais tarde, quem sabe, voltar para o Brasil e investir em algum projeto por aqui”, revelou.

Até o final de dezembro, Pedro Lucas ainda realizará o processo de seleção para outras instituições de ensino renomadas dos EUA, como Princeton e Yale.

O estudante também não irá abandonar as competições de conhecimento. Em 2019, Pedro deve participar de disputas nos EUA, Europa e até no Azerbaijão.