CULTURA

Filme sobre acidente aéreo está disponível na internet

Filme sobre acidente aéreo está disponível na internet

Publicado em: 13 de abril de 2019 às 18:06
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 05:26

Três anos após o lançamento, documentário que

cita Santa Cruz é liberado para exibição online

TRAGÉDIA — Só existe uma foto conhecida do acidente aéreo que matou sete pessoas em 1951



Sérgio Fleury Moraes

Da Reportagem Local

A história de um desastre aéreo que marcou as cidades de Rancharia e Santa Cruz do Rio Pardo em 1951 finalmente está disponível no Youtube. O filme “Rancharia e o Desastre Aéreo de 1951”, uma produção independente de 2016, desvendou as causas do acidente que matou todos os tripulantes e passageiros. Na época, um relatório da Aeronáutica culpou o piloto por voar baixo e em condições de pouca visibilidade. No entanto, 65 anos depois houve uma reviravolta com a descoberta de uma testemunha chave que morava em Santa Cruz do Rio Pardo. O avião DC-3 da Vasp caiu por problemas mecânicos, conforme revela o longa-metragem.

O filme do cineasta João Francisco Cunha tem cenas feitas em Santa Cruz do Rio Pardo, onde o avião fez escala depois de decolar do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Na época, a cidade possuía um aeroporto com linhas regulares da Vasp para São Paulo e Presidente Prudente. Uma única passageira desembarcou em Santa Cruz, a pista chave para inocentar o piloto.

O filme, na verdade, é um documentário bem produzido que resgata os instantes que o avião percorreu de São Paulo até cair a cerca de oito quilômetros do aeroporto de Rancharia. O diretor João Francisco Cunha, que já tinha alguns trabalhos em curtas-metragens, ficou intrigado quando leu o relatório da aeronáutica sobre o acidente. O documento culpou o piloto, mas contrastava com os depoimentos de moradores ainda vivos de Rancharia, que viram fogo no avião antes da queda.

Cunha, então, se juntou ao ex-prefeito Nivaldo Deganello para produzir o filme. “O projeto ganhou corpo justamente quando descobrimos que o piloto podia ter sido responsabilizado injustamente”, disse. Claro que a falta de financiamento foi um dos obstáculos, mas a própria equipe bancou os custos, inclusive viagens até Santa Cruz do Rio Pardo.

O filme foi exibido em vários cinemas, inclusive no “Palácio da Cultura Umberto Magnani Netto” em abril de 2016, com o apoio do DEBATE e das secretarias de Cultura e Educação. Após a exibição, com um público formado principalmente por estudantes, houve um “bate papo” com o cineasta João Cunha. O filme também foi distribuído em DVDs e há dias finalmente chegou ao Youtube, disponível a qualquer internauta.

FILMAGENS — Equipe que produziu o documentário realizou filmagens em Santa Cruz do Rio Pardo



O acidente

Durante anos, o piloto João Rizzo, da Vasp, foi considerado culpado pela queda do DC-3. Mas o intrigante era que moradores de Rancharia sempre disseram que havia fogo e um estranho barulho na aeronave segundos antes da queda numa propriedade rural. Faltava uma prova concreta para mostrar que a falha foi técnica.

Pois ela estava em Santa Cruz do Rio Pardo e foi a única passageira que desembarcou no aeroporto da cidade na manhã fatídica daquele 18 de maio de 1951. Na verdade, o voo era para ser pilotado pelo irmão de Ondina, o comandante Eça Taveiros, funcionário da Vasp havia anos. É que em São Paulo, a minutos do embarque, ele concordou em trocar a escala com um piloto amigo, que precisava resolver um negócio em Presidente Prudente. Eça apenas exigiu que o amigo levasse Ondina na aeronave, provavelmente sem bilhete.

SOBREVIVENTE — Ondina, que morreu em 2016, escapou do desastre



Toda a história foi desvendada com o auxílio do DEBATE, que já tinha entrevistado Ondina havia anos, quando ela relatou ter escapado de um acidente aéreo.

A professora já estava na sala de aula de uma escola de Santa Cruz na tarde de 18 de maio de 1951 quando recebeu a notícia de que o avião, do qual desembarcara horas antes, havia se espatifado na região de Rancharia. Sua primeira reação foi avisar os parentes, já que a morte dela já era lamentada. “Quando eu liguei para minha irmã em São Paulo, ela estava chorando”, disse Ondina ao jornal, numa entrevista em 2016.

A professora morreu pouco depois de participar do filme “Rancharia e o Desastre Aéreo de 1951”. Ela repetiu no documentário o que já havia contado ao DEBATE anos antes. O avião, caiu por problemas mecânicos.

Segundo Ondina, o voo atrasou justamente porque mecânicos da Vasp fizeram reparos no motor a pistão da aeronave, em plena pista do aeroporto de Congonhas. “O motor tossia muito”, contou. Segundo ela, o atraso possibilitou que um passageiro, Eikishi Tsuzuki, pudesse alcançar o avião atravessando parte da pista. “Ele se sentou ao meu lado e, esbaforido, disse: ‘Ufa, que sorte!’”. Até Santa Cruz, o voo foi normal. Ondina desembarcou e estava prestes a iniciar a jornada como professora quando recebeu a notícia da queda. O desastre só não foi pior porque o avião, com capacidade para 30 passageiros, estava praticamente vazio. Tsuzuki foi uma das vítimas do desastre. Além dele e do piloto João Rizzo, outras cinco pessoas morreram na queda.




DC-3 foi o ‘rei dos céus’ durante anos e a Vasp possuía uma das maiores frotas da aeronave



Avião pousava

em plena terra

Os lendários DC-3 marcaram uma época romântica da aviação brasileira. Eram, na verdade, modelos usados na Segunda Guerra que acabaram sendo adaptados para o transporte de passageiros. A Vasp possuía uma das maiores frotas de DC-3 no Brasil. Era esta aeronave que pousava duas vezes por semana no aeroporto de Santa Cruz do Rio Pardo até o início da década de 1960, com destino a Presidente Prudente ou São Paulo.

Em Santa Cruz, os DC-3 pousavam e decolavam num campo totalmente de terra, pois não havia pavimentação. Isto exigia umwa perícia especial dos pilotos, especialmente em época de chuvas.

Assista ao filme aqui
SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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