CULTURA

Mochila pesada traz riscos para estudantes

Mochila pesada traz riscos para estudantes

Publicado em: 08 de fevereiro de 2019 às 22:39
Atualizado em: 29 de março de 2021 às 07:29

Alerta principal é para crianças e adolescentes, que

ainda estão em fase de formação e são mais suscetíveis

Crianças preferem as de rodinha, mas adolescentes rechaçam



Diego Singolani

Da Reportagem Local

Com o início do ano letivo, além de se preocuparem com os cadernos, livros e apostilas utilizados pelos estudantes, os pais também devem estar atentos sobre a forma como seus filhos carregam todo esse material escolar. O peso excessivo das mochilas e o uso de modelos inadequados podem trazer sérias consequências na formação da coluna vertebral a longo prazo, de acordo com especialistas.

O ortopedista e traumatologista Sergio Tadeu Rosa afirma que mais de 60% dos problemas apresentados por adultos nessa região do corpo são reflexo de sobrecargas e alterações musculoesqueléticas ocorridas ao longo da infância e adolescência. “É uma fase de formação de órgãos e sistemas. O crescimento do indivíduo deve acontecer de forma natural, sem pressões e estresses físicos”, diz o médico. Sérgio explica que há estudos que mostram os danos causados em pessoas que carregam muito peso. Segundo o especialista, a orientação geral é de que ninguém deve carregar mais do que 20% do peso corporal. É aí que as mochilas escolares se tornam um risco. “Um pré-adolescente, que na média chega a pesar 35 quilos, dificilmente carrega apenas 7 quilos em sua mochila”, afirmou Sérgio. O médico alerta para os perigos do uso inadequado e prolongado desses acessórios. “A coluna é importante não apenas para uma postura adequada, mas também para a proteção dos órgãos vitais. Uma coluna malformada pode afetar o coração, pulmão, abdômen, dependendo do seu posicionamento — e é principalmente na infância e adolescência que que este posicionamento se estabelece”, diz o médico.

Os riscos do uso inadequado das mochilas, muitas vezes, são ignorados pelos pais, já que as crianças e jovens dificilmente apresentam sintomas do excesso de carga. O ortopedista Sérgio Tadeu Rosa adverte para a necessidade da prevenção, pois patologias como lordose, escoliose e cifose dorsal, que configuram diferentes tipos de má formação da coluna, não tem cura. “O indivíduo vai começar a sentir as dores a partir dos 30, 35 ou 40 anos de idade. Os tratamentos são apenas paliativos, no sentido de minimizar os efeitos das alterações”, disse. O especialista defende que todas as escolas deveriam ter armários, evitando assim que os estudantes tivessem que carregar todo seu material diariamente. Quanto às mochilas, a orientação do médico é que se opte pelos modelos de rodinha. No caso das mochilas de alça dupla, o ortopedista explica que é importante carregar apenas o necessário e utilizar o cinto para o tórax que geralmente faz parte do acessório. Usar a mochila apenas por uma alça ou ainda os modelos de alça única, na transversal, são altamente prejudiciais à coluna, alerta o médico. “É claro que existem outros fatores que contribuem para os problemas nessa região, como a falta de atividade física, o excesso de peso corporal e fatores genéticos. Mas em relação às crianças, é fundamental que os pais se atentem para a questão das mochilas”, afirmou Sérgio.

Segundo Sérgio, mesmo sem sintomas deve-se ter cuidado com a sobrecarga



Orientação

Para ajudar os pais na questão, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot) lançou há alguns anos uma cartilha sobre o tema. Umas das principais dicas é, ao escolher uma mochila, assegurar-se que ela não pese mais que meio quilo quando vazia. O ideal é que seja de duas tiras, pois as de uma tira não distribuem o peso uniformemente nos ombros. O estudante deve tencionar as tiras para que a mochila fique bem junto ao corpo e aproximadamente cinco centímetros acima da linha da cintura.

As alças devem ser acolchoadas, reguláveis e com largura mínima de 4 centímetros na altura dos ombros. Tiras estreitas podem causar compressão nos ombros e restringir a circulação. É interessante também concentrar os objetos mais pesados no centro da mochila e mais próximos das costas.




Eliana diz que até na escola é dito para se evitarem rodinhas



Por ‘estilo’, jovens

rejeitam rodinhas

Mochilas passaram a ser artigos de moda

Apesar de ser o modelo mais adequado para preservar a coluna, de acordo com especialistas, a mochila de rodinha está longe de ser a preferida dos adolescentes. Quem confirma essa tendência é a lojista Eliana Almeida Mello Mendonça. Ela diz que os jovens são adeptos das mochilas de costa e que as de rodinha ficaram mais associadas ao público infantil. “E mesmo assim ainda há certa resistência de alguns professores, que orientam os pais a não comprarem a de rodinha porque ela poderia distrair a criança durante a aula”, afirmou Eliana.

A lojista também chama atenção para o fato de as mochilas terem se tornado um artigo de moda entre a garotada. “Não é apenas para carregar o material escolar. As crianças querem ter a mochila com o personagem de desenho animado do momento, o jovem que ter o modelo descolado que os colegas estão usando, é como um artigo para compor o seu estilo”, diz.

Os preços são bastante variados, dependendo do material, tamanho e marca. “Existem opções de R$ 30 a R$ 300, para todos os gostos e bolsos”, disse Eliana.
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