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Publicado em: 09 de dezembro de 2018 às 21:25 Atualizado em: 27 de março de 2021 às 21:14
Vai haver Rebu?
José Renato Nalini *
Rebu é verbete de dicionário. Abreviação de “rebuliço”, tem o significado de confusão, desordem, bagunça. Já foi telenovela da Globo em 1974 e 2014. Incorporou-se na prosa popular.
Mas algo muito mais sério é a proposta de criação de uma Renda Básica Universal, cuja sigla é RBU. Lembra rebu, mas é uma ideia radical, hoje discutida em todo o planeta. Finlândia e Quênia, Califórnia e Índia. Todos acreditam que essa concepção de uma renda mínima será a alternativa para o crescimento da miséria e a extinção de postos de trabalho no futuro próximo.
Não é possível que um pequeno contingente de pessoas acumule riqueza insuscetível de ser utilizada durante uma vida útil – afinal, são algumas décadas, apenas, que nos é dado viver – e cresça a miséria de bilhões de seres humanos.
A justificativa para a RBU é a justiça social. Não é justo, nem legítimo, nem sensato, que pessoas morram de fome, quando a produção de riqueza é suficiente para manter um padrão de dignidade para todos.
A natureza — ou o que resta dela, é gratuita. A criatividade é um talento natural. A engenhosidade um dom espontâneo. Por que canalizar o lucro apenas para uma parcela da humanidade, se todos têm o direito de sobreviver?
Para os extremamente ricos, essa ideia é uma questão de sobrevivência. Não haverá segurança no planeta, se a massa continuar excluída e sem direito ao mínimo de dignidade existencial.
Essa concepção de “mínimo existencial” também já habita o discurso. Mas não repercute na prática, a perseverar na equação perversa do egoísmo insensato.
Outra ideia importante é reduzir a carga de trabalho, para que mais pessoas possam usufruir da laborterapia. O trabalho não é castigo, mas atividade prazerosa, quando se faz aquilo de que se gosta e com prazer.
À medida em que a automação elimina operações rotineiras, cumpre reinventar possibilidades para que todos tenham condição de realizar algo e mereçam remuneração condizente.
São questões que hoje não perpassam a consciência árida de quem pensa que está a salvo se mantiver a estrutura que até agora funcionou, mas que está a desmantelar-se. Então, preparemo-nos para a RBU, senão haverá o “rebu” generalizado, que já contamina alguns setores e que tende a prosperar na caótica situação de uma sociedade à deriva.
* Renato Nalini é desembargador, ex-secretário de Educação de SP, Reitor da Uniregistral, palestrante e conferencista