CULTURA

Solidariedade animal

Solidariedade animal

Publicado em: 20 de julho de 2018 às 14:40
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 00:56

Bichos de estimação também podem doar

sangue e salvar a vida de outros cães e gatos

Diego Singolani

Da Reportagem Local

Apesar de ainda pouco comum, os animais domésticos também podem ser doadores de sangue. O procedimento tem suas peculiaridades, mas segue protocolos parecidos com os realizados em humanos. Além da compatibilidade, o bichinho que irá doar deve estar em boas condições de saúde, com o peso adequado e as vacinas em dia. A doação pode salvar a vida de cães e gatos que sofreram um acidente ou padecem de alguma doença.

Em Santa Cruz do Rio Pardo, o médico veterinário Matheus Caraça já realizou, algumas vezes, a transfusão entre animais. Ele explica que, devido à escassez de hemocentros especializados na região, é mais frequente a utilização de sangue fresco, ou seja, aquele coletado no momento da transfusão. “É possível comprar as bolsas de sangue resfriado, mas elas costumam ter um preço elevado. Por isso, geralmente retiramos o sangue de um doador e já fazemos a transfusão para o animal que necessita”, afirma.

De acordo com o veterinário, uma bolsa de sangue pode custar de R$ 300 a R$ 600 reais. Entre as cidades próximas, Bauru é um dos poucos locais onde há hemocentros para coleta e distribuição do material. “O armazenamento do sangue exige equipamentos específicos, como é feito em humanos. A oferta de doadores voluntários — animais — é muito baixa e irregular, por isso a variação no preço”, diz Caraça.

Procedimento

O veterinário explica que a transfusão em cachorros é complexa, pois os caninos possuem mais de 13 tipos sanguíneos, variando conforme a raça. O tipo mais comum é encontrado no labrador. Já os gatos têm três tipos sangue, o A, o B e AB, algo mais parecido com os humanos. “É inviável fazer um teste de sorotipagem nos cães. O procedimento padrão é checar apenas a compatibilidade entre os aninais, um procedimento mais simples”, conta Caraça.

No caso dos felinos domésticos, existem kits no mercado para a identificação dos três tipos sanguíneos, além do teste de compatibilidade. Uma transfusão de sangue entre animais incompatíveis, de acordo com o veterinário, tem grandes chances de ser fatal. “O óbito é praticamente certo, devido à destruição das hemácias”, alertou.

Uma das situações mais frequentes que exige a transfusão de sangue é quando ocorrem acidentes que causam traumas — como atropelamentos, por exemplo. “O problema é a urgência e o pouco tempo para se encontrar o doador, mandar as amostras para o laboratório e checar a compatibilidade”, pondera o veterinário. Segundo Caraça, para alguns casos existem procedimentos paliativos. “Se o animal perdeu muito sangue e apresenta queda na pressão em decorrência disso, podemos usar um soro específico, ao invés de sangue, para tentar reverter o quadro”, diz.

A erlichiose, ou doença do carrapato, como é mais conhecida, pode provocar anemia severa nos animais, sendo necessária, muitas vezes, realizar uma transfusão. Doenças na medula óssea e tumores que se rompem também são enfermidades que afetam a quantidade de sangue no animal.

Requisitos

É fundamental que o animal doador seja dócil. Isso porque a coleta é feita pela veia jugular, no pescoço do bicho. Nos felinos, de acordo com Caraça, é possível administrar uma leve sedação, o que não acontece com os cães.

Para ser um doador, o animal não pode já ter realizado qualquer transfusão de sangue ao longo da vida. “Além disso, os cachorros devem pesar, no mínimo, 25 quilos, ter idade entre um e oito anos, não ter tido nenhuma doença prévia, estar com a vacinação e vermifugação atualizadas e não possuir pulgas e carrapatos”, explica o veterinário.

Quanto aos bichanos, valem os mesmos critérios. A diferença é no peso, que deve ser de no mínimo 4 quilos.

Onde doar

Caso o dono do animal consiga levá-lo a um banco de sague veterinário, a coleta é realizada de forma rápida, desde que doador atenda aos critérios necessários. O procedimento dura cerca de 15 minutos.

Como as opções desses hemocentros são poucas no interior do Estado, a orientação de Matheus Caraça é para que os proprietários deixem registrado nas clínicas veterinárias que seu animal está disponível para a transfusão. “Assim, quando surgir a necessidade, a pessoa será contatada. Se o teste de compatibilidade for positivo, seu pet poderá salvar a vida de outros bichinhos”, declarou.
SANTA CRUZ DO RIO PARDO

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