REGIONAL

Com racionamento há meses, ainda falta água em Chavantes

Problemas começaram no final do ano passado e, desde então, moradores reclamam da escassez diária de água

Publicado em: 04 de setembro de 2021 às 03:43

Sérgio Fleury Moraes

Chavantes sofre com a falta de água há quase nove meses. O problema começou no final do ano passado, quando os moradores ficaram sem água em pleno Natal e comemoração do Ano Novo. O prefeito Márcio “Burguinha” de Jesus do Rego (PSDB) anunciou a perfuração de poços artesianos, mas o problema continuou. No mês passado, ele alegou que a ausência de chuva é responsável pela falta de água.

No início de agosto, a administração decretou um racionamento de água, que era para ser das 13h às 17h30. No entanto, moradores reclamam que as torneiras ficam secas até o meio da madrugada.

Há casos de mulheres que são obrigadas a acordar entre 3h e 4h para lavar roupa ou garantir o abastecimento da casa enchendo baldes. Em outras residências, não há água no banheiro nem para descarga. Muitos reclamam que o abastecimento costuma parar antes do almoço, prejudicando a alimentação da família.

O prefeito Márcio Burguinha não atendeu as ligações da reportagem para explicar o drama do abastecimento de água. Entretanto, no final do mês passado ele publicou um vídeo nas redes sociais em que culpa a “maior crise hídrica dos últimos 100 anos” pela escassez de água. O prefeito comparou com outros locais, como o Sistema Cantareira da capital, cujos índices de represamento estão em níveis críticos.

Segundo Burguinha, a inadimplência das tarifas de água, cuja administração em Chavantes está a cargo de uma autarquia da prefeitura, é outro fator preocupante. “Em torno de 50% da população não paga água”, escreveu o prefeito, estimando a inadimplência em R$ 3 milhões. Ele não explicou, porém, quais as providências da autarquia para receber as contas atrasadas.

Enquanto o governo não soluciona o problema, as críticas ao prefeito crescem na cidade. No final do ano passado, Chavantes ficou dez dias sem água e, segundo Burguinha, a culpa seria de uma bomba d’água que caiu dentro de um poço responsável por 60% do abastecimento da cidade.

Na época, moradores fizeram protestos na frente da prefeitura e na casa de Burguinha, batendo panelas e exigindo a volta da água. O prefeito conseguiu ajuda das prefeituras de Santa Cruz do Rio Pardo e Ipaussu, que enviaram caminhões-pipa para distribuir água aos moradores.

A usina São Luiz de Ourinhos chegou a abastecer, também com caminhões, a Santa Casa de Misericórdia de Chavantes. Em fevereiro deste ano, moradores promoveram uma “carreata” em protesto contra a falta de água.

Em Ourinhos, a longa estiagem também fez o prefeito Lucas Pocay (PSD) decretar multas de até R$ 2 mil para quem for flagrado desperdiçando água. A prefeitura proibiu a lavagem de calçadas, utilização de lava-jato doméstico, rega “abusiva” de plantas e canteiros e até abastecimento de piscinas. A autarquia SAE está preocupada com o baixo nível do rio Pardo, principal fonte de captação de água.

Em Santa Cruz do Rio Pardo a situação também preocupa, mas por enquanto a Sabesp descarta medidas mais drásticas, como um possível racionamento.

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