O ex-prefeito Claury, pai do atual mandatário Lucas Pocay (Alesp)
Publicado em: 24 de dezembro de 2021 às 01:39
Atualizado em: 30 de dezembro de 2021 às 00:32
Sérgio Fleury Moraes
Na década de 1990, quando o prefeito de Ourinhos era Claury — pai do atual chefe do Executivo, Lucas Pocay — a administração dos Alves da Silva privatizou a coleta de lixo e a limpeza pública. Apesar dos protestos da população, o serviço acabou sendo entregue à empreiteira Vega Sopave e foi um fracasso.
Tempos depois, a coleta de lixo entrou em colapso e o município foi novamente obrigado a fazer uma intervenção no setor. Foi neste período que o serviço foi entregue à autarquia SAE — Superintendência de Água e Esgoto.
Agora, a história se repete. Filho de Claury Alves da Silva, o atual prefeito Lucas Pocay (PSD) tem planos de privatizar a coleta de lixo. No início da semana, ele conseguiu aprovar na Câmara Municipal a revogação da outorga dos serviços concedidos há muitos anos à SAE. O objetivo é preparar o caminho para uma privatização que pode acontecer já em 2022.
Na década de 1990, a experiência de terceirização foi negativa. Os serviços eram de péssima qualidade e o gráfico Vanderlei Marcante, que anos depois seria eleito vereador, denunciou que a Vega Sopave molhava o lixo dos caminhões para que a pesagem indicasse uma maior quantidade.
A empreiteira recebia pelas medições de acordo com o peso do lixo urbano.
A situação levou a prefeitura de Ourinhos a uma situação de insolvência. Em novembro de 1996, quando o grupo de Claury já havia sido derrotado nas eleições daquele ano por Toshio Misato, a dívida do município com a Vega Sopave já acumulava R$ 1.116.707,02 havia meses e a coleta de lixo comprometia 10% do orçamento municipal. Toshio ainda nem havia assumido o cargo, depois de vencer em outubro os candidatos Gilberto Severno e Aldo Matachana Thomé.
Naquele final de 1996, a Vega Sopave ameaçou paralisar a coleta de lixo em toda a cidade, caso o município não pagasse a fatura atrasada.
A empreiteira, inclusive, encaminhou ofício à Câmara alertando que estava prestes a suspender os serviços de limpeza pública e coleta de lixo, incluindo a administração do aterro municipal.
A Vega ainda informou que o ofício tinha o caráter de notificação extrajudicial e que igual documento fora encaminhado ao então prefeito Claury Santos.
A prefeitura, por sua vez, informou que não pagou a dívida por discordar de medições e valores apresentados pela empreiteira, além de informar que estava “renegociando” novos valores a serem pagos.
A crise provocou a paralisação dos serviços e a única alternativa do município foi reassumir os serviços de limpeza pública e coleta de lixo, que em seguida foram transferidos à autarquia SAE, que até então só cuidava do fornecimento de água e coleta de esgoto em Ourinhos.
Voltar ao topo