A prefeita de Bauru Suellen Rosim (Foto: Reprodução / Facebook Suellen Rosim)
Publicado em: 11 de março de 2021 às 21:04
Atualizado em: 30 de março de 2021 às 12:29
André Fleury Moraes
A prefeita de Bauru Suellen Rosim (Patriota) teve seu nome inscrito no Cadastro de Inadimplentes (Cadin) por dívidas na Justiça Eleitoral. O motivo é um débito de quase R$ 32 mil remanescente da eleição de 2018, quando ela concorreu ao cargo de deputada estadual.
Suas contas de campanha da época foram rejeitadas pela Justiça, que determinou a aplicação de multa à atual prefeita. A pendência, porém, não foi paga, e o nome de Rosim foi incluído no sistema nesta quinta-feira, 11. O fato impede Suellen de realizar negócios com a União - ao menos como pessoa física.
Em 28 de janeiro, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE) já havia determinado o bloqueio e penhora dos bens de Suellen a fim de sanar a dívida.
O desembargador Marcelo Vieira de Campos também pediu à União para que envie os documentos a fim de incluir o nome de Rosim no Serasa. E requereu a declaração do imposto de renda da prefeita dos últimos dois anos.
Dois dias após ter seus bens bloqueados, em 29 de janeiro Suellen pediu o parcelamento do débito em 10 vezes. Como prefeita, ela recebe salário de R$ 18.155,30 mensais.
Ocorre, no entanto, que a União já havia proposto acordo para parcelar a dívida no ano passado. Suellen, porém, não manifestou interesse e passou a ser executada. Ainda não há decisão sobre a nova solicitação da prefeita.
As contas eleitorais de Suellen foram rejeitadas por uma série de irregularidades constatadas pela Justiça.
Segundo parecer técnico, a prefeita omitiu R$ 7 mil gastos com redes sociais na prestação de contas – tudo foi pago com o fundo eleitoral. Além disso, não comprovou despesas com fornecedores de campanha. Somadas, as irregularidades somam mais de R$ 20 mil.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de Suellen, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Ela derrotou o adversário Raul Aparecido Gonçalves (DEM) em disputa de segundo turno no ano passado. Recentemente, se envolveu em polêmicas ao manter o comércio aberto durante a fase vermelha e ser contrária ao isolamento social.
A Câmara de Bauru chegou a aprovar a ‘lei do comércio’, que tornaria o setor um serviço essencial, mas o texto está suspenso pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em caráter liminar.
Os leitos de UTI em Bauru seguem lotados e não há previsão de melhora.
Suellen, enquanto isso, vive uma disputa com o governador João Doria (PSDB) ao mesmo tempo em que flerta com o presidente Jair Bolsonaro. Ela esteve em Brasília no mês passado, onde se reuniu com o presidente.
Nas últimas semanas, ela teceu duras críticas ao governo estadual cobrando mais leitos de UTI no município. Doria, por sua vez, chamou Suellen de negacionista e acusou a prefeita de fazer “vassalagem” a Bolsonaro.
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