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Uma dose de ciência

Refúgio intelectual de Ourinhos, ‘Sete Cordas’ retoma evento Ciência no Bar

Uma dose de ciência

Palestrantes do evento de 2019, última vez em que o Ciência no Bar aconteceu

Publicado em: 09 de julho de 2022 às 04:10

André Fleury Moraes

Os olhares e os rostos das outras pessoas são sempre familiares quando se entra no “Sete Cordas”, tradicional bar de Ourinhos que se consolidou como uma alternativa aos estabelecimentos que apostam nas músicas em evidência nos serviços de streaming, como sertanejo ou funk, que lideram as listas do Spotify.

Ali só se escuta Rock and Roll, gênero musical que ganhou o mundo no século passado, mas que perdeu a força ao longo dos anos. Acabou substituído pelos hits do sertanejo universitário e posteriormente pelas letras de funk.

Talvez por isso todos que frequentam o Sete Cordas parecem se conhecer. É o local onde velhos amigos se reencontram e também o espaço em que companheiros de balcão se cumprimentam com um brinde.

É um bar essencialmente alternativo se comparado àqueles que viram as madrugadas com artistas, amadores ou não, tocando violão e cantando as músicas do momento.

A proposta do Sete Cordas acabou por torná-lo, ao longo do tempo, um refúgio intelectual daqueles que ainda não se renderam às noitadas de hoje. Seu público é visivelmente mais velho, embora jovens também passem por ali.

E foi assim que o bar, fundado pelo empresário Paulo Campos Alves, 58, se tornou um ambiente ideal para se debater questões atuais sem perder a cabeça.

A partir desta segunda-feira, 11, o Sete Cordas volta a promover o “Ciência no Bar”, que não acontecia há dois anos em função da pandemia e cuja proposta é discutir pautas acadêmicas e demais assuntos da sociedade de uma maneira mais leve — e gelada. A cerveja, afinal, acompanha o debate o tempo todo e deixa o bate-papo ainda mais divertido.

As palestras e discussões começam às 19h e se estendem até às 23h — o bar continua funcionando após o evento.

É o primeiro “Ciência no Bar” desde que a pandemia chegou ao Brasil. E é também um dos mais esperados pelo público — estão marcadas oito palestras sobre temas sociais, humanos e científicos. Um dos palestrantes, aliás, é o vereador de Santa Cruz Carlos Eduardo Gonçalves, o “Duzão” (PSB).

Professor de química e biologia, Duzão é também figura conhecida no Sete Cordas, onde já se apresentou várias vezes com a banda da qual faz parte, a “Coquetel AZT”. Ele abre o primeiro dos três dias de evento com o assunto “Socializar a Ciência”.

A professora Fernanda de Campos Porcari, doutora em Ciências Fisiológicas, ocupa o microfone depois de Duzão para discutir o tema “Saúde baseada em evidências”.

Na terça-feira, 11, o pesquisador Estêvão Zilliolli vai debater com o público o uso da educação científica no combate à desinformação. Em seguida, a dupla de psicólogas Débora Ferreira e Vitória Maria Vicente promovem uma mesa redonda para discutir o desenvolvimento do adolescente na pandemia e as dificuldades que o período impõe.

O evento se encerra na quarta-feira, 13, com Bárbara Sinibaldi debatendo inclusão social e com uma mesa redonda ministrada pelos professores Celio Manfré Filho e Joaquim Vedovello, que vão abordar as semelhanças entre ciência e arte.

Fundado em 2016, o Sete Cordas não demorou para conquistar um público para chamar de seu. E seu sucesso, na verdade, é resultado do esforço de seu fundador, Paulo Alves, que sentiu a necessidade de levar a Ourinhos uma espécie de botequim carioca — com cultura e poesia, mas sem o MPB, que foi substituído pelo rock.

Paulo sempre morou em Ourinhos, mas mantém há décadas vínculos com Santa Cruz do Rio Pardo. Músico, ele integrava a banda “Solar”, da qual também participava o conhecido Mário Nelli. 

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