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Protagonista de escândalo, Podemos estadual envia 50 mil à campanha da sigla

Protagonista de escândalo, Podemos estadual envia 50 mil à campanha da sigla

Publicado em: 29 de outubro de 2020 às 17:32
Atualizado em: 29 de março de 2021 às 12:34

Pelo menos R$ 10 mil do fundo já foram utilizados na campanha do candidato Murilo Sala (Podemos)

André Fleury Moraes

Da Reportagem Local

Embora protagonize um escândalo envolvendo o fundo partidário em Santa Cruz do Rio Pardo, a direção estadual do Podemos enviou R$ 50 mil à conta do partido para a campanha do candidato Murilo Sala, que hoje preside a sigla, e seus aliados.

O montante veio em duas parcelas — uma de R$ 35 mil e outra de R$ 15 mil — depositadas no último dia 13. O dinheiro vem do fundo partidário eleitoral, ou seja, é dinheiro público. Até o momento, R$ 4.955 deste valor foi doado à campanha de Murilo. Outros recursos foram destinados a candidatos a vereadores.

Ao todo, R$ 10 mil do fundo especial de campanha já foram utilizados — entre doações para campanha, confecção de adesivos e outros materiais impressos.

Procurado pela reportagem na sexta-feira, 23, o candidato Murilo Sala não atendeu as ligações.

O valor de campanha recebido pelo Podemos de Santa Cruz do Rio Pardo é o maior se comparado aos demais candidatos.

O Republicanos de Luciano Severo, por exemplo, recebeu R$ 9 mil da direção estadual. O PSD de Diego Singolani, por outro lado, não foi beneficiado com o fundo especial.

O repasse dos valores à campanha dos filiados ao Podemos acontece justamente no momento em que o partido protagoniza um escândalo envolvendo o fundo partidário.

A antiga comissão provisória do Podemos recebeu R$ 369 mil do fundo no ano passado, repassou o valor integralmente a terceiros e não declarou nada disso.

Uma das beneficiadas é a contadora Fátima Chaves, que recebeu R$ 229 mil das contas do Podemos no ano passado, numa movimentação que durou apenas quatro meses.

Segundo revelou o DEBATE, Fátima é prima das donas da “Clínica dos Pés” — cujo endereço, declarou a sigla à Justiça, seria a sede do Podemos. A podóloga Letícia Dias, irmã da proprietária Alini, disse há um mês que não conhecia Fátima. O grau de parentesco entre elas, porém, foi mostrado pelo jornal na semana passada.






Revelado pelo jornal, caso ganha

destaque  na "Folha de S. Paulo"

Revelado pelo DEBATE em setembro, o escândalo do ‘Podemos’ em Santa Cruz do Rio Pardo foi destaque no jornal “Folha de S. Paulo”, um dos maiores do País, na última sexta-feira, 23.

A matéria “Uso de R$ 369 mil do fundo partidário no interior de SP é mistério para investigadores”, assinada pelo jornalista José Marques, saiu no primeiro e mais nobre caderno do jornal. O DEBATE é citado.

A Folha deu destaque ao fato de que o valor repassado para Santa Cruz é maior do que o distribuído a diretórios estaduais ou de capitais. O DEBATE revelou isso mês passado.

A reportagem também cita o ex-presidente da sigla Juraci Barbosa — segundo a Folha, Juraci é empresário no ramo de terraplanagem. O jornal não entrou, porém, no grau de parentesco entre a dona da clínica de podologia e a contadora Fátima Chaves, revelado pelo DEBATE na semana passada.

O promotor Reginaldo Garcia, de Santa Cruz do Rio Pardo, também deu entrevista à Folha em que põe em dúvida a retificação de contas do Podemos. Ele cita, por exemplo, a declaração da contadora Fátima Chaves de que deu 100 horas de palestras aos dirigentes da sigla.

“Palestra de quê? Eu fico horrorizado com isso. Palestra você justifica qualquer coisa. Tem que haver uma investigação criminal para ver se há substrato material para isso”, disse o promotor ao jornal.




Vereador Paulo Pinhata, ex-MDB, hoje filiado ao PTB: R$ 7 em dúvida



Pinhata já foi investigado

pela mesma declaração de

Sala, mas por apenas R$ 7

André Fleury Moraes

Da Reportagem Local

O presidente da Câmara Paulo Pinhata (PTB) já foi alvo de inquérito no Ministério Público pela mesma situação do atual presidente do Podemos de Santa Cruz do Rio Pardo, que também é candidato a prefeito, Murilo Sala.

O inquérito data de 2017, quando Pinhata presidia o MDB e assinou um documento em que declarava ausência de movimentação financeira nas contas do partido. Houve, no entanto, movimentação de R$ 7,00.

Tratava-se de um valor que fora doado à conta bancária da sigla quando a prestação de contas já havia sido entregue à Justiça Eleitoral, segundo explicaram os representantes do MDB ao Ministério Público na época.

O promotor Reginaldo Garcia arquivou o inquérito. “Embora os investigados tenham apresentado declaração que não corresponde à realidade dos fatos, referida conduta não se reveste de potencialidade lesiva suficiente para atingir o bem jurídico protegido pela norma penal”, escreveu no relatório.

Um dos motivos pelos quais o caso foi arquivado é o valor ínfimo que restou nas contas do partido — apenas R$ 7. O fato se assemelha à situação do candidato a prefeito Murilo Sala e do ex-tesoureiro do Podemos Maurício Serra Bianchi.

Os dois apresentaram declaração de ausência de movimentação nas contas do Podemos de Santa Cruz do Rio Pardo. A sigla, no entanto, havia movimentado mais de R$ 500 mil do fundo partidário — valor que foi integralmente repassado a terceiros sem as devidas justificativas.

O fato chamou a atenção da Justiça, que tornou o procedimento de aprovação de contas em diligência — ou seja, investigação. O Ministério Público Eleitoral deve determinar abertura de inquérito policial assim que o imbróglio sobre as contas terminar.

Se a investigação for aberta, Murilo Sala e Maurício Serra deverão prestar declarações em juízo sobre o motivo pelo qual assinaram a declaração de ausência de movimentação. O caso pode ser de falsidade ideológica. 



  • Publicado na edição impressa de 25 de outubro de 2020


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